Brasília (DF) – Prestes a concluir uma reformulação em sua atuação no mercado de capitais, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está mudando sua forma de oferecer financiamentos a fim de facilitar a vida de pequenos empresários. O banco pretende lançar até junho uma nova política para definir a compra de participações acionárias ou investimentos em títulos de dívida corporativa, também conhecidos como debêntures. As informações são do jornal Valor Econômico desta terça-feira (25).
A diretora de Mercado de Capitais do BNDES, Eliane Lustosa, afirmou que a instituição promete uma presença mais atuante nesse segundo segmento. Um dos objetivos, segundo ela, seria dar mais liquidez ao mercado secundário de debêntures, uma antiga demanda dos investidores institucionais (como grandes fundos de pensão brasileiros e grandes investidores estrangeiros).
O banco lança hoje a chamada pública para selecionar o gestor de um fundo de até R$ 200 milhões de “venture debt”, para oferecer financiamento a pequenas empresas inovadoras. De acordo com a reportagem, um fundo de recebíveis também está nos planos para o segundo semestre, com foco em médias empresas.
Expansão
A presidente do órgão, Maria Silvia Bastos Marques, afirmou que as aprovações de financiamentos para máquinas e equipamentos dentro da linha de crédito Finame cresceram 32% no primeiro trimestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano anterior. Apenas nos três primeiros meses do ano, houve expansão de 25% nas consultas à instituição de fomento relacionadas ao setor de infraestrutura, na comparação anual.
Segundo a executiva, os desembolsos do Progeren (linha de financiamento com repasse do BNDES para capital de giro) aumentaram 345% entre janeiro e março. Segundo ela, o a participação das micro, pequenas e médias empresas nos desembolsos do banco passaram de 39% no primeiro trimestre de 2016 para 41% no mesmo período deste ano.
Na avaliação de Maria Silvia, os bons resultados obtidos pelo banco indicam uma retomada da atividade econômica no país. A presidente do BNDES ressaltou que os desembolsos ainda refletem o passado, sendo negativamente impactados pela recessão instalada no país pelo governo da ex-presidente Dilma Rousseff.