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Brasileiro vai pagar mais caro pelo pãozinho, trigo e massas

pao-elza-fiuza-agencia-brasil-300x200A inflação de 11,5% em 2015 foi cruel para os mais pobres e vai continuar tirando o sono das famílias brasileiras neste ano. Após a alta nas contas de luz, gás, habitação e transporte público, quem tem renda menor deve preparar o bolso se quiser comer o tradicional pãozinho. A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos industrializados (Abimapi) prevê aumento de 12% no preço desses produtos, em relação ao ano passado, segundo matéria do jornal Correio Braziliense publicada nesta quinta (7). O motivo é a disparada do dólar, já que a maior parte do trigo utilizado no Brasil é importada.

Para o deputado federal Caio Narcio (PSDB-MG), o Brasil está começando a atrair uma inflação incontrolável novamente e o governo tem tratado isso com desprezo. “Hoje, a inflação é uma realidade infelizmente e está tomando conta da vida dos brasileiros, o que é uma pena porque é algo que tínhamos conseguido superar, um dos desafios da economia do Brasil que foi vencido e, agora, estamos vendo esse monstro voltar. Só aqueles que conviveram com o período da inflação sabem como pode desestruturar a economia de um país, mas, acima de tudo, retirar o poder econômico das pessoas mais humildes na condição básica de comprar necessidades do dia-a-dia, como é o caso do pão e da massa”, afirmou o parlamentar mineiro, ressaltando que quando “dizíamos que iria voltar a inflação, eles [do governo] diziam que era um terrorismo da oposição”.

O tucano afirma que o governo Dilma perdeu a legitimidade de fazer qualquer transformação “porque ninguém acredita nele”. “Em segundo [lugar], não tem credibilidade moral, e em terceiro, ele já provou ser incompetente na atitude.” O deputado disse que o governo, que era uma “Pátria Educadora”, sugeriu fazer uma transformação e demitiu seu ministro da Fazenda para colocar o do Planejamento em seu lugar, sendo que eles “brigaram o ano inteiro”. “Acho que o governo precisa contratar um terapeuta para resolver os problemas de sua base e, a partir disso aí, ajudar o Brasil a transformar. Eu não acredito mais, aliás, o grande problema do país não é o povo, nem a economia, é esse governo.”

O presidente da Abimapi, Cláudio Zanão, ouvido pelo jornal, explicou que algumas indústrias já anteciparam aumentos em 2015, mas aquelas que ainda não o fizeram, vão reajustar os preços neste ano. Segundo ele, o impacto para o consumidor deve ser em torno de 4%.

No entanto, muitas famílias já estão sendo forçadas a mudar os hábitos diante das crises financeira e social que cresceram no governo Dilma. O economista Júlio Sérgio Gomes, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), também ouvido pelo Correio, afirma que o brasileiro “sabe se virar e tem estratégias de sobrevivência bastante criativas”, mas fez um alerta para a importância do trigo. “O cereal é matéria-prima de alimentos básicos, por isso o aumento pode gerar problemas para as famílias”.

O Brasil, assim como nos últimos anos, permanece como terceiro consumidor de massas no mundo, com 1,275 milhão de toneladas por ano. O país fica atrás apenas dos Estados Unidos e Itália. O consumo per capita em 2014 manteve-se em 6kg ao ano.

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