Brasília (DF) – Com a expectativa de mudança na Presidência da República, a economia já dá alguns sinais de recuperação. Apostando em um crescimento mais forte do Produto Interno Bruto (PIB), bancos e consultorias revisaram os números de 2017. A conclusão dos relatórios, divulgados nesta quinta-feira (5), é que, com a saída da presidente Dilma Rousseff do poder, o Brasil deve conseguir, aos poucos, superar dois anos seguidos de recessão.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo desta sexta (6), o Itaú elevou a previsão do PIB do ano que vem de 0,3% para 1,0%. Para compor o quadro mais otimista, o banco apontou um esforço maior para a realização do ajuste fiscal e também a redução dos estoques na indústria.
O BNP elevou a estimativa para o desempenho da economia de estabilidade para uma alta de 2,0%. “A combinação de uma política fiscal e monetária mais saudável pode impulsionar o sentimento do mercado e estimular a confiança local, abrindo o caminho para uma recuperação do crescimento”, informou o relatório, assinado pelo economista-chefe do banco, Marcelo Carvalho.
Segundo a reportagem, o mercado avalia que a equipe econômica apontada para um eventual governo Michel Temer teria mais capacidade e apoio político para endereçar alguns pontos considerados importantes para o ajuste fiscal, como a reforma da Previdência.
Trabalhando desde março com o cenário de saída de Dilma, a Tendências Consultoria estima um crescimento de 1,2% para o ano que vem. Antes, a projeção era de estabilidade para o PIB. “A mudança de governo pode significar a possibilidade de Temer trazer uma equipe econômica mais forte e com credibilidade, além de conseguir um apoio político maior”, disse a economista e sócia da Tendências Alessandra Ribeiro.
Fundo do poço
A publicação cita que os números mais positivos para o ano que vem ainda não indicam, porém, que a economia chegou ao fundo do poço. Segundo bancos e consultorias, o PIB dos próximos trimestres ainda deve recuar. Para 2016, a previsão é que a economia brasileira caia cerca de 4,0%, resultado semelhante ao do ano passado, quando a queda foi de 3,8%.