Brasília – “A condenação de Leopoldo López por um Poder Judiciário, que carece dos requisitos de independência em relação ao Poder Executivo, compromete a legitimidade das eleições que se aproximam”.
Foi assim que o senador e presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), reagiu nesta sexta (11) à notícia de que o político da oposição venezuelana foi condenado a 13 anos e 9 meses de prisão pela justiça daquele país.
Ex-prefeito do município de Chacao, López está detido em uma prisão militar desde fevereiro do ano passado. Ele é acusado pelas autoridades da Venezuela por “incitamento à desordem pública, associação criminosa, atentados à propriedade e incêndio” ao promover manifestações contra a política do presidente Nicolás Maduro.
O tucano afirmou ainda que a condenação de López compromete “a única chance que a Venezuela tem de uma saída democrática e constitucional da crise: eleições para a Assembleia Nacional com um mínimo de legitimidade”. As eleições para o Legislativo venezuelano estão marcadas para o próximo dia 6 de dezembro.
“Nós aqui da Comissão de Relações Exteriores – e o Senado no seu conjunto – várias vezes já nos manifestamos exortando o governo brasileiro a assumir o papel diplomático que lhe cabe da defesa da democracia. Até agora o governo brasileiro nada fez”, disse Aloysio Nunes.
Com a decisão, López vai permanecer detido na prisão militar de Ramo Verde, onde está desde 18 de fevereiro de 2014, quando se entregou à justiça.
Em nota divulgada nesta sexta, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) prestou solidariedade à esposa de Leopoldo, Lilian, sua mãe Antonieta e “com todos aqueles que lutam por uma Venezuela democrática e próspera”.
“A sentença, proferida por um judiciário sabidamente submisso aos desígnios do governo Nicolás Maduro, torna cada vez mais distante a perspectiva de que as eleições legislativas, marcadas para dezembro próximo, venham a ocorrer dentro de um ambiente institucional democrático”, declarou o presidente nacional do PSDB. “É inaceitável que o governo brasileiro se mantenha indiferente à situação da Venezuela e de López”.