Os reajustes sofridos pelas tarifas de energia elétrica fizeram a conta de luz do brasileiro disparar, subindo expressivos 51% somente no ano passado. A alta foi um dos fatores que mais contribuíram para que a inflação no Brasil fechasse o ano em 10,67%, de acordo com matéria publicada pela Folha de São Paulo nesta segunda-feira (8).
Com a subida nos preços, o número de consumidores que ficaram com o nome sujo por conta do não pagamento de suas contas cresceu 11% somente nos quatro primeiros meses do ano passado, na comparação com o mesmo período em 2014, segundo levantamento da Serasa Experian, empresa especializada em crédito.
Cortes de energia
Por conta da alta da inadimplência dos brasileiros, as distribuidoras do país passaram a realizar um número muito maior de cortes na energia elétrica. Um levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) mostrou que, no primeiro semestre de 2015, foram realizados 3,1 milhões de cortes no Brasil, quase o dobro dos 1,6 milhão registrados entre janeiro e junho de 2014.
Apesar de numerosos, os desligamentos de energia elétrica poderiam ser ainda maiores no Brasil caso o prazo para os cortes fosse mais extenso que o atual previsto em lei, de 90 dias. Com o volume de trabalho cada vez maior e por conta do alto custo da operação de desligamento da luz, as empresas não têm conseguido realizar os cortes durante o período estipulado na legislação. Assim, em vez da interrupção no fornecimento de energia, as distribuidoras acabam optando por encaminhar os nomes dos clientes devedores para serviços de proteção ao crédito.