Brasília (DF) – Em meio à recessão e às dificuldades em aumentar a arrecadação, o governo federal fechou o ano passado com déficit de R$ 114,9 bilhões, o pior resultado da história. Relatório divulgado nesta quinta-feira (28) pelo Tesouro Nacional apontou que, em 2014, o resultado negativo foi de R$ 17,2 bilhões. As informações são do jornal O Globo.
Em dezembro, as despesas superaram as receitas em R$ 60,7 bilhões, configurando o pior resultado da série histórica do Tesouro, iniciada em 1997. O resultado, de acordo com a reportagem, foi influenciado pelo pagamento das pedaladas fiscais. A conta chegou a R$ 55,8 bilhões.
Segundo o relatório, em 2015, as receitas somaram R$ 1,034 trilhão, representando uma queda real (já descontada a inflação) de 6,4% sobre 2014. Já as despesas atingiram R$ 1,150 trilhão, com aumento real de 2,1% na mesma comparação.
O Tesouro informou que as contas públicas do ano passado sofreram não apenas com as pedaladas, mas também com a queda na arrecadação decorrente da recessão econômica e com o engessamento dos gastos públicos.
Previdência
O relatório destacou ainda que todos os três componentes do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) apresentaram resultados negativos no ano passado. A Previdência respondeu pela maior parte do rombo nas contas. O déficit teve crescimento real de 38,4%, passando de R$ 56,6 bilhões em 2014 para R$ 85,8 bilhões no ano passado.
O Tesouro gastou mais do que arrecadou R$ 29,3 bilhões em 2015. Só em dezembro, quando foram quitadas as pedaladas, o déficit foi de R$ 64,5 bilhões. O BC teve, no ano passado, um resultado deficitário em 699,2 milhões, um salto de 481% ante o déficit de 2014, de 114,8 milhões.
Segundo a reportagem, o governo ainda teve de arcar com uma despesa extra de R$ 6 bilhões para cobrir a desoneração da folha de pagamento, medida que o Ministério da Fazenda tentou reverter parcialmente no ano passado, mas que só entrou em vigor neste ano.