Atingidos por uma forte crise, os Correios precisarão reabrir o Plano de Demissão Voluntária para seus funcionários. O programa foi aplicado entre janeiro e fevereiro deste ano, mas não atingiu a meta de adesão de 8 mil funcionários, o que poderia gerar uma economia entre R$ 700 milhões e R$ 1 bilhão. A companhia precisa cobrir um rombo de R$ 2 bilhões. Deputado federal pelo PSDB do Paraná, Luiz Carlos Hauly acredita que o quadro mostra que a empresa precisa voltar se tornar competitiva.
“A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos sofre muito mais porque também tem uma concorrência nacional e internacional muito forte na mesma área, de transportes, cargas e mercadorias. A nova gestão dos Correios tem que tornar a estatal competitiva novamente. Adequar o número de funcionários à realidade, buscar novos mercados, para que ela possa se expandir novamente, gerar recursos e lucros”, disse Hauly.
O quadro de pessoal dos Correios chega 117 mil funcionários. Segundo a empresa, pelo menos 17 mil deles são elegíveis ao programa, pois possuem mais de 55 anos ou mais de 15 anos de tempo de serviço. A principal causa do prejuízo na estatal hoje é o Postal Saúde, plano de assistência médica dos empregados, que cobre também os dependentes dos funcionários. Pelo menos R$ 1,6 bilhão do prejuízo levantado pelos Correios foi causado pelo plano de saúde. Hauly reforça a necessidade de adequar a empresa ao mercado, e deixar para trás o modelo de gestão de governos anteriores.
“Se as empresas que estão concorrendo com os Correios tem custo menor, é óbvio que os Correios vão sofrer mais. Os próprios funcionários e sindicatos deveriam se reunir e fazer um acordo trabalhista para preservação dos seus empregos, porque eles já tiveram uma lição dura. O fundo de pensão dos Correios foi dilapidado pelos petistas, e eles continuam amarrados a esse passado ruim, de incompetência”, declarou.
O presidente dos Correios, Guilherme Campos, disse que o programa será reaberto ainda neste mês. O plano de recuperação da empresa visa também, segundo Campos, elevar a participação dos Correios no mercado.