Rachaduras, buracos, crateras. Esse cenário de descaso se repete em diversas rodovias pelo Rio Grande do Sul. A situação precária das nossas estradas incomoda quem trafega e prejudica o desenvolvimento do Estado. Dificulta o acesso aos municípios e o transporte de cargas. E gera algo ainda mais grave: põe em risco a vida de milhares de gaúchos.
É verdade que estamos diante de um problema histórico, de um déficit em infraestrutura que não começou agora. Todavia, essa pauta definitivamente não está entre as prioridades do governo do Estado. Dados da Secretaria Estadual da Fazenda mostram que dos R$ 1,4 bilhão orçados para estradas em 2014, até maio haviam sido aplicados apenas R$ 63,3 milhões. Ou seja: somente 4,5% dos recursos se transformaram em ações concretas.
Para agravar, o governo mantém emperrado o impasse em torno do projeto da ERS-010, que serviria como alternativa à esgotada BR-116. Há ainda a criação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), estatal que ainda não justificou sua existência.
Estamos diante de um jeito de governar que esbanja promessas, mas é avarento nos resultados. Observa-se que apenas 19,5%, dos esperados R$ 337 milhões na área da saúde para 2014 foram aplicados até maio. O mesmo acontece na educação, a rede pública estadual espera receber ao longo de 2014 R$ 267,9 milhões em investimentos, mas até o momento foram destinados R$ 27,3 milhões. E a Lei do Piso Nacional do Magistério segue sendo descumprida.
Não bastassem as rodovias esburacadas, também há rachaduras preocupantes nas finanças do Estado. O governo em 2013 fechou as contas públicas com uma dívida consolidada de R$ 55 bilhões, e um crescimento do deficit de 27%, a contar do início do mandato.
Exercemos uma oposição responsável a esse modelo, o que significa defender o interesse do Rio Grande. E é por isso que alertamos para essas grandes crateras que se abriram no caminho do desenvolvimento gaúcho. Muito mais do que uma questão político-partidária, estamos diante de um verdadeiro deficit de gestão.