A crise econômica pode atingir o setor de ensino brasileiro. Gestores do Plano Nacional de Educação, o PNE, temem que a recessão e instabilidade do governo afetem as metas da educação, atrasando a entrada em vigor de medidas já definidas. O receio é que as propostas, que têm validade de uma década, gerem novas despesas para governos e prefeituras. O líder da oposição na Câmara, deputado federal Miguel Haddad (PSDB-SP) lamenta o cenário atual e aponta a má qualidade do ensino no Brasil.
“Nós já temos uma educação precária, com seríssimas dificuldades. Com professores mal remunerados, e os cortes, na verdade amplificam isso. A educação deveria ser prioridade. Em qualquer país civilizado, qualquer país que busque o crescimento econômico é essencial você investir em educação. A educação é o único instrumento de mobilidade no mundo todo”, declarou.
O PNE fixou o ano de 2016 para inclusão de todas as crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos na escola. Mas de acordo com os dados mais recentes, de 2014, ainda existem 2,8 milhões de estudantes nessa faixa etária fora da sala de aula. Para o deputado Miguel Haddad, o governo é negligente com a educação dos jovens.
“O que tem acontecido é que o governo tem tido uma preocupação com o seu mandato, em manter a presidente Dilma no poder, e aumentar os impostos, mas sem com isso piorar a qualidade da educação. O que falta é definir prioridades. A educação não tem sido prioridade no atual governo”, afirmou.
A instabilidade política também é outro obstáculo para o setor de educação. A crise vem impedindo o cumprimento integral dos prazos, e parte das medidas dependem de aprovação do Congresso Nacional, e vem tendo um andamento mais lento, por conta do desgaste na relação entre o Poder Executivo e congressistas.