Muita pressão sobre a base e troca de ministérios pelo apoio de aliados marcaram as negociações do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) no esforço de manter os vetos presidenciais sobre medidas polêmicas, exemplo da alternativa ao fator previdenciária, em sessão realizada nesta terça-feira (22) no Congresso Nacional.
Para o deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE), sob o discurso da defesa da governabilidade para tentar evitar a derrubada dos vetos presidenciais, o governo Dilma insiste em manter um sistema de barganha que coloca em negociação política uma das maiores preocupações dos brasileiros: a saúde pública.
O tucano se refere às especulações de que o Ministério da Saúde estaria sendo usado como moeda de negociação com o PMDB, não somente como forma de ter o apoio da legenda no Congresso mas também de adiar o desembarque dos peemedebistas da base aliada.
“Não podemos admitir que ministérios importantes sejam negociados em troca de apoio parlamentar. Essa é a prática que precisamos condenar. O que sai mais caro ao país: conceder reajuste aos servidores do Judiciário ou negociar o ministério da Saúde? A saúde que é a principal preocupação do povo brasileiro virou objeto de barganha aberta no Congresso Nacional. A gente vai achar isso normal? Isso é uma vergonha para a democracia brasileira. Enquanto o Brasil discutir o apoio parlamentar em troca de cargos e ministérios só estaremos colaborando para a corrupção que está aí hoje no país”, reagiu o tucano em discurso na tribuna da Câmara.
O parlamentar acredita que o Congresso estaria disposto a colaborar com a governabilidade, da qual cobra o governo, se a presidente colocasse o debate no campo das ideias, dos programas e com o olhar voltado para uma saída à crise que o Brasil enfrenta. “Discutiríamos sim as contas públicas do Brasil, o que onera a derrubada dos vetos, mas também os cortes que o governo pode fazer como redução de ministérios e de cargos comissionados. Não tenho dúvida de que, se a presidente tratasse esse tema de forma republicana, ela contaria com o apoio do povo brasileiro e consequentemente do Congresso Nacional”.
Da Assessoria do PSDB-PE