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De volta ao passado: Brasil pode chegar a quatro anos seguidos de queda no PIB, patamar semelhante ao dos anos 80

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff em entrevista coletiva após reunião sobre ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, na Sala Nacional de Coordenação e Controle da Dengue (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff em entrevista coletiva após reunião sobre ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, na Sala Nacional de Coordenação e Controle da Dengue (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Brasília (DF) – Com a gestão da presidente Dilma Rousseff à frente da economia, o Brasil pode regredir, até 2017, aos mesmos patamares de recessão dos anos 1980. Isso porque, caso a previsão de economistas se confirme, entre 2014 e 2017 o Brasil poderá ter, pela primeira vez na história, quatro anos seguidos de queda no Produto Interno Bruto (PIB) per capita, com uma retração acumulada de 11%.

Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (22) pelo jornal Valor Econômico, a retração só é proporcionalmente menor que a recessão dos anos 80 e 90 porque o ritmo de crescimento da população não é mais tão intenso, já que o número de filhos por mulher caiu de 4,4 nos anos 80 para 1,9 hoje. Outro fator que contribui para o impacto causado pela recessão é o ganho de renda dos brasileiros nos últimos anos, o que amplia a sensação de perda.

Para o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), a situação da economia brasileira é ainda pior que a de décadas anteriores. “Nós estamos retrocedendo algumas décadas e deteriorando de forma muito grave os pilares da nossa macroeconomia. O que o governo do PT fez com o país vai precisar de muito trabalho, perseverança, de muito suor despendido para que nós possamos retomar o crescimento, a sustentabilidade, a sanidade econômica do país”, disse.

O parlamentar destacou que só em outra ocasião o Brasil chegou ao patamar de quatro anos seguidos de queda no PIB: entre 1891 e 1894. “Uma situação como essa só ocorreu, nos 126 anos de República, no governo de Floriano Peixoto, que foi o segundo presidente da República. Tivemos quatro anos seguidos de queda de PIB mas, naquela época, o Brasil estava em guerra civil e mudando de regime, da monarquia para a República”, explicou.

Desigualdade

De acordo com pesquisadores consultados pelo Valor Econômico, a queda do PIB per capita representa uma retração da renda média das famílias. Ainda assim, a desigualdade no Brasil faz com que quem mais sinta a perda de bem-estar sejam as famílias mais pobres.

Na avaliação de Rogério Marinho, a gestão petista não faz o suficiente para diminuir com a desigualdade no país. Ele listou algumas propostas que considerou “salutares”, mas que se revelaram “mentirosas”, como a prometida reforma da Previdência, a modificação do regime de partilha da Petrobras, e a redução do tamanho do Estado.

“Prometeram a diminuição de três mil cargos comissionados, diminuição de ministérios. Mas quando se apresenta o projeto de lei, apenas nove cargos foram extintos, 340 congelados”, justificou. “Precisamos de projetos que permitam uma redefinição da nossa política tributária, com maior justiça fiscal”, apontou.

“Vivemos hoje em uma situação bizantina de que nós não conseguimos entender bem o número de impostos que são pagos, de forma que são superpostos. O governo historicamente tem feito os ajustes da economia pela ótica da receita, ou seja, tem dificuldade de pagar as contas que eles mesmos geram, da corrupção, do desgoverno, da falta de condição gerencial, e aí aumenta impostos. Aumentando impostos as empresas começam a cortar empregos, menos pessoas consomem, empresas produzem menos. É um círculo vicioso, um ciclo negativo, que está arrastando para baixo a nossa economia”, acrescentou o tucano.

O deputado afirmou ainda que o grande problema do Brasil hoje é uma “crise de credibilidade”. “A falta de credibilidade do governo impede que nós tenhamos alguma possibilidade de, a curto prazo, resolvermos a situação em que a economia está”, completou Rogério Marinho.

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