
Brasília (DF) – Em mais uma demonstração de que não se importa com o futuro do país, apenas com a manutenção do seu cargo, a presidente Dilma Rousseff e o PT acertaram uma estratégia de sonegar informações e até mesmo eliminar dados da administração pública, tudo para que um eventual governo do vice-presidente Michel Temer fique no escuro caso assuma a Presidência da República. A ordem é não fazer qualquer tipo de transição com a próxima gestão, nem que para isso seja necessário deletar arquivos com dados estratégicos da administração.
Segundo reportagem publicada nesta quinta-feira (28) pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Planalto também pretende acelerar programas em andamento e implementar um pacote de medidas que estavam na gaveta antes da votação do processo de impeachment no Senado, como forma de melhorar sua própria imagem e angariar votos contrários ao impedimento.
Para o senador José Serra (PSDB-SP), o “blackout” que a presidente Dilma cogita promover mostra que o seu governo não está preocupado com o país. De acordo com o tucano, a própria história brasileira dá exemplos da alternância de poder entre adversários políticos, sem que nunca um governo tenha propositadamente prejudicado o outro.
“Não estão pensando no país. Eu nunca vi isso, porque já houve eleições em que foi eleito um adversário do então presidente no passado, basta lembrar do Sarney para o Collor, ou do Fernando Henrique para o Lula. No entanto, eles atuaram corretissimamente, inclusive o Fernando Henrique, transmitindo tudo, permitindo que o novo governo pudesse já começar a trabalhar no primeiro dia. Esse não é um boicote contra o Temer, é um boicote contra o país. Os prejudicados não são os políticos, os prejudicados são a população brasileira”, avaliou.
O deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) destacou que o PT vestiu a carapuça do “quanto pior, melhor”, mostrando-se disposto a prejudicar toda a nação em um gesto de retaliação pelo pedido de afastamento da presidente Dilma.
“Dilma e seus auxiliares decidiram afundar de vez o Brasil. Tomaram a decisão de não repassar informações sobre a gestão para o vice Michel Temer e acelerar os gastos. Essa é a prova final de que o PT não dá a mínima para o país”, constatou, em sua página no Facebook.
Já o deputado federal Miguel Haddad (PSDB-SP) ressaltou que a decisão do governo Dilma de boicotar o país trará prejuízos não para o próximo governante, mas sim para todos os brasileiros.
“A verdade é que a presidente Dilma dá sinais claros de um despreparo imenso e irresponsabilidade com a gestão e com o país. Ela não passar as informações, sonegar informações, não cooperar com o próximo governo, na verdade é mais do que uma decisão pessoal. É, acima de tudo, um compromisso que ela devia ter com a nação, com o povo. Isso traz prejuízo não para o próximo presidente, mas para o país como um todo”, afirmou.
O parlamentar salientou que a eliminação de informações de gestão estratégicas para o país é uma atitude rasteira e uma traição com a população que votou em Dilma e que realmente acreditava em sua capacidade como gestora.
“Quando ela sonega informações, apaga informações, ela está prejudicando o país todo, as pessoas que confiaram nela, que votaram nela. Agora ela governa de costas para a população que confiou nela e esperava que ela pudesse fazer um bom governo, melhorar a vida das pessoas e, acima de tudo, que acreditava que ela tinha compromisso. É uma demonstração de uma gestora incompetente, irresponsável, inconsequente e que tem compromisso só com o mandato dela, mas não tem compromisso com o país”, disse.
Líder da Minoria na Câmara, Haddad acrescentou que Dilma Rousseff prioriza seus interesses pessoais, independente dos interesses do país. “Se para prejudicar o próximo governo, isso significa o prejuízo para o país, para a população, ela não se importa. Ela tem um compromisso, uma visão, com relação aos seus interesses pessoais, ao PT e ao próprio mandato”, completou.