Brasília (DF) – O ex-consultor da Toyo Júlio Gerin Camargo afirmou, em depoimento realizado no último dia 8, que negociou com o ex-ministro Antonio Palocci pagamento por meio de consultoria caso conseguisse um contrato com a Petrobras. Camargo é um dos delatores na Operação Lava-Jato. O novo depoimento do ex-consultor ocorreu no âmbito das investigações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) e envolvem políticos com foro privilegiado. As informações são do jornal O Globo desta quinta-feira (23).
Segundo Camargo, no entanto, o negócio não se concretizou e, por isso, a contratação da consultoria de Palocci não foi adiante. O petista confirmou os encontros, mas negou ter tratado de contratos com a Petrobras.
Em relação ao ex-ministro, Camargo afirmou que foram realizados “vários contatos”, em 2011, na tentativa de criação de um fundo garantidor para a implementação das refinarias Premium I e II, no Ceará e no Maranhão.
Ele afirmou ainda que nas conversas foi sinalizado que o pagamento pela ajuda de Palocci seria feito por meio de repasses à consultoria do ex-ministro, a Projeto.
De acordo com a reportagem, Palocci afirmou que não houve tratativas sobre a Petrobras. Por meio de nota enviada por sua assessoria, ele reiterou que “ao contrário do que afirma a matéria, nunca se tratou de contrato com a Petrobras. Na ocasião, Antonio Palocci opinou pela inviabilidade das propostas, e o assunto foi encerrado. Não houve discussão ou negociação alguma sobre contrato com a empresa de Julio Camargo”.
Reportagem da revista “Época” mostrou que, somente no ano de 2010, a Projeto, empresa de Palocci, recebeu R$ 12 milhões. Palocci afirma que as consultorias foram “legítimas”.