Brasília (DF) – A alta da inflação e do desemprego aliada à forte recessão econômica do país está massacrando, cada vez mais, os trabalhadores. De acordo com dados revelados nesta quarta-feira (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o reajuste salarial médio obtido pelo trabalhador em 2015 foi de apenas 0,23%, o menor desde 2004, quando o aumento foi de 0,61%. Em 2014, a alta chegou a 1,34%.
Segundo a edição desta quinta (7) do jornal O Globo, o balanço do Dieese considerou os reajustes de 708 unidades de negociação da indústria, comércio e serviços. O coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, chamou atenção para os péssimos índices alcançados pelo governo da presidente Dilma Rousseff.
“Em 2015, além de uma conjuntura econômica extremamente adversa com indicadores gerais muito negativos, tivemos um salto da inflação”, explicou. Na avaliação dele, a situação do país piorou da metade do ano para a frente.
O Dieese usa como base para a inflação o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que no ano passado subiu 11,28%. No período, 52% dos reajustes salariais apresentaram ganhos acima da inflação, enquanto 30% foram iguais ao INPC e 18% ficaram abaixo do índice.
Ainda de acordo com o Dieese, não se observava resultado tão desfavorável para os trabalhadores desde 2004. Naquele ano, cerca de 19% dos reajustes considerados ficaram abaixo do inflação, 26% tiveram valor igual e 55% resultaram em ganhos reais aos salários.