PSDB – RS

Dilma foi avisada sobre irregularidades de Pasadena, afirma ex-gerente da Petrobras

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff durante reunião com o ministro de Assuntos Exteriores e do Desenvolvimento Internacional da França, Laurent Fabius, no Palácio da Alvorada (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff durante reunião com o ministro de Assuntos Exteriores e do Desenvolvimento Internacional da França, Laurent Fabius, no Palácio da Alvorada (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Brasília (DF) – O engenheiro Otávio Pessoa Cintra afirmou, em entrevista à revista Veja, que a presidente Dilma Rousseff tinha conhecimento das irregularidades na compra da refinaria de Pasadena (EUA). Cintra ocupou o cargo de gerente da Petrobras América, braço da estatal com sede em Houston, no Texas, e ainda é funcionário da companhia.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira (1º), o engenheiro informou as irregularidades na refinaria ao ex-deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ), em 2005. “Bittar levou o assunto à então ministra da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, e ao então presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli”, explicou.

Segundo Cintra, o assessor de Bittar, Paulo César Araújo, confirmou que a informação tinha chegado à presidente. “Quando estourou a Operação Lava Jato, tivemos outro encontro, em 2014, no mesmo Edifício Di Paoli. O Paulo falou: ‘O pior é que sua denúncia foi levada à Casa Civil e ao Gabrielli’. A Dilma e o Gabrielli sabiam. O Bittar foi à Casa Civil e ao Gabrielli. Eu só tomei conhecimento agora em 2014 que a Dilma sabia de tudo”, disse.

A reportagem lembrou que, em depoimento de delação premiada, o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró afirmou que a compra da refinaria rendeu propina para os envolvidos no negócio. O ex-líder do PT no Senado, senador Delcídio Amaral, também confirmou as irregularidades na compra de Pasadena e citou Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ainda de acordo com o jornal, a presidente deu aval para a compra da primeira metade da refinaria, em 2006. Ela justificou que Cerveró omitiu cláusulas prejudiciais do contrato. Do contrário, segundo ela, vetaria o negócio. O Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que houve prejuízo de US$ 792 milhões.

Ver mais