Brasília (DF) – O Brasil caminha para que a dívida pública bruta atinja 70% do Produto Interno Bruto (PIB) já no fim do próximo ano ou em meados de 2017. A análise foi feita pelo economista e especialista em finanças públicas, Mansueto Almeida, em palestra durante seminário promovido ontem (7) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). “É claramente um cenário de perda do grau de investimento”, afirmou.
As informações estão na edição deste sábado (8) do jornal O Estado de S. Paulo.
Para Mansueto, a maior parte do aumento nas despesas de custeio do governo no primeiro semestre se deve ao legado de pagamento atrasado de programas e subsídios deixados do primeiro governo da presidente Dilma Rousseff para a atual administração.
“A nova equipe econômica e a nova presidente encontraram a conta que a velha presidente deixou”, ironizou Mansueto, após mostrar dados divulgados pelo Tesouro Nacional sobre as contas do governo federal no primeiro semestre deste ano.
A despeito da economia em retração, o economista disse que houve alta real de cerca de 6% nas despesas com custeio.
Segundo ele, houve crescimento real de 23% nas despesas não pagas no primeiro mandato de Dilma. “Em julho vem uma nova pancada”, alertou o economista, referindo-se aos dados do Tesouro para o mês passado, que ainda não foram divulgados.