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E o PT, mais uma vez, sai em defesa de companheiros condenados por corrupção

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, presta depoimento na CPI da Petrobrás, na Câmara dos Deputado. Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, presta depoimento na CPI da Petrobrás, na Câmara dos Deputado.
Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Brasília (DF) – Com a notícia da condenação do ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, o segundo ocupante do cargo a ser punido por participação em esquemas de corrupção, a tradição do Partido dos Trabalhadores (PT) de defender os seus condenados volta a se repetir.

Três anos após sua condenação no julgamento do mensalão, o ex-ministro José Dirceu voltou a ser réu em uma nova ação penal, dessa vez por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Já o ex-tesoureiro João Vaccari Neto teria recebido pelo menos R$ 4,26 milhões em propinas, em forma de doações oficiais ao PT. O partido recebeu as “contribuições” por dez anos, de 2004 a 2014.

Em resposta às denúncias contra Vaccari, o líder do PT na Câmara, deputado federal Sibá Machado (AC), afirmou que a prisão do petista foi política. “Estamos extremamente desconfiados de que existe orientação deliberada nas delações premiadas para prejudicar o Partido dos Trabalhadores”, disse em abril deste ano.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou, dizendo ser preciso impedir que as investigações da Polícia Federal “contaminem” a política e a economia. Em nota, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou como um “equívoco” a condenação “sem provas” de Vaccari.

Para o deputado federal Daniel Coelho (PE), a prisão de Vaccari não pode ser vista apenas como “infração do homem, do indíviduo”.

“Ele cometeu atos ilícitos como tesoureiro do partido. Não há como desvincular isso, é um crime do PT. Os principais líderes estão envolvidos, mas é preciso chegar em quem está em cima da pirâmide. Porque todas essas atividades ilícitas foram cometidas em nome do partido”, afirmou.

História se repete

O PT tem um histórico de defesa dos seus associados envolvidos em escândalos de corrupção. Apesar das investigações envolvendo o atual ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, suspeito de receber dinheiro ilegal para campanha ao governo de São Paulo em 2010, e o ministro da Comunicação Social Edinho Silva, suspeito de ter conseguido dinheiro para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff por meio de propina da construtora UTC, fontes do governo afirmaram que não há motivo para o afastamento de ambos dos cargos, por falta de provas.

As reações se assemelham às ocorridas durante o julgamento do Mensalão, escândalo de compra de apoio político no Congresso denunciado em 2005. Na época, quatro nomes da cúpula petista foram condenados: o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do partido José Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares, e o ex-deputado federal João Paulo da Cunha.

Em ato do partido no Rio de Janeiro, os condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foram classificados como “heróis”. A então candidata à reeleição Dilma Rousseff declarou que o mensalão petista era tratado “com dois pesos e 19 medidas”. Já o ex-presidente Lula foi mais enfático: questionou a decisão da Corte e chegou a dizer que se tratava de um julgamento político. “Esse processo foi um massacre que visava a destruir o PT, e não conseguiram”, afirmou.

O PT também realizou um ato de desagravo aos “companheiros injustiçados” e incentivou a criação de uma “vaquinha” virtual para ajudar os condenados a pagarem suas devidas multas.

Demandas da sociedade

O deputado Daniel Coelho avalia que a grande demanda da sociedade é saber o que vai acontecer com o PT daqui para frente. “Como o partido não terá punição se o tesoureiro foi preso? As implicações da condenação de Vaccari estão mais entranhadas com o partido dessa vez. Parece que esse processo se agravou ao longo do tempo. Eles se aperfeiçoaram na prática da corrupção. Agora, espera-se que as punições devidas sejam cumpridas, já que os condenados estavam agindo em nome do partido”, completou.

Brasília (DF) – Com a notícia da condenação do ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, o segundo ocupante do cargo a ser punido por participação em esquemas de corrupção, a tradição do Partido dos Trabalhadores (PT) de defender os seus condenados volta a se repetir.

 

 

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