Brasília (DF) – A expectativa de economistas para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2016 e 2017 piorou ainda mais de acordo com o boletim Focus, do Banco Central. A média das estimativas para este ano caiu de uma retração de 3,33% para 3,40%. Já para 2017, a previsão é que o país cresça apenas 0,50%, ante os 0,59% projetados anteriormente. As informações são de reportagem desta segunda-feira (22/02) do jornal Valor Econômico.
A previsão de inflação para 2016 subiu para 7,62%, enquanto a de 2017 chegou a 6%. A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro também aumentou, de 0,91% para 0,95%.
Vale lembrar que enquanto o próprio Banco Central já trabalha com uma recessão de 3% para este ano, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) previu uma retração de 4% do PIB. Já o Banco Fibra subiu a projeção de queda de 3,1% para 4,5%.
Segundo dados divulgados na semana passada, a atividade econômica se deteriorou ao final de 2015, o que deixou uma “herança” negativa para este ano. Para economistas, isso deve atrasar a recuperação do país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas no varejo caíram 4,3% em 2015, o volume de serviços recuou 3,6% e a produção industrial diminuiu 8,3%. Todas foram baixas históricas.
A fragilidade econômica e fiscal do Brasil levou a agência de classificação de risco Standard & Poor’s a rebaixar mais uma vez a nota de crédito do país na semana passada, de BB+ para BB. Pesou para a decisão da agência a falta do apoio necessário ao governo no Congresso para realizar importantes reformas estruturantes.