Com o PT longe do poder, a prévia da inflação oficial dos últimos 12 meses ficou abaixo dos 4%. É o melhor resultado em quase dez anos. A taxa acumulada desacelerou de 4,41% em abril para 3,77% em maio, o menor nível desde julho de 2007. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o patamar registrado em maio deste ano é o menor para o mês desde 2000, quando ficou em 0,09%. Na prática, isso significa que o custo de vida dos brasileiros tem caído substancialmente nos últimos meses. O economista e deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) aponta o resultado como positivo, mas reforça que para consolidar a retomada do desenvolvimento econômico, é preciso dar continuidade às reformas estruturantes em tramitação no Congresso.
“É bom, isso é salutar. É um bom indicador, que ajuda bastante outros indicadores econômicos nacionais. Mas a retomada do desenvolvimento econômico, do crescimento da economia, do PIB brasileiro e a volta do emprego dependem da conclusão das reformas estruturantes que estão sendo feitas. É o momento em que precisamos – nós, do Congresso Nacional – dar respostas à sociedade, independentemente do governo que nós temos”, declarou.
Sobre esse resultado, o IBGE observou forte influência do preço dos transportes, que desacelerou 0,4%. O setor foi impactado pela queda nos preços das passagens aéreas e dos combustíveis. Os remédios, no entanto, figuram entre os itens que ainda pressionam para cima os preços. Em maio, os valores dos medicamentos subiram 2,08%. Hauly lembra que a reforma tributária, em discussão na Câmara dos Deputados, e que prepara alterações na cobrança de impostos e contribuições, pode colaborar para a mudança desse e de outros indicadores econômicos. Na proposta, itens como remédios e alimentos teriam tributação reduzida.
“A reforma tributária que estou propondo simplifica e elimina nove tributos. Ela muda o paradigma tributário e econômico do país. Vai permitir ajudar o crescimento econômico e a geração de empregos. É a reforma dos trabalhadores”, disse.
O grupo de habitação também registrou um recuo moderado nos preços em maio, influenciado pela desaceleração no preço da energia elétrica residencial e dos artigos de limpeza.