Brasília (DF) – O ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, deve confirmar à Polícia Federal o que a força-tarefa da Operação Lava Jato já suspeitava. Em tentativa de fechar um acordo de delação premiada, o empreiteiro teria dito aos procuradores que pagou por reformas no tríplex do edifício Solaris, no Guarujá, e que a unidade sempre foi tratada pela empresa como “o apartamento de Lula”. Pinheiro também disse que parte das reformas no sítio de Atibaia (SP) foram parcialmente pagas pela OAS, a pedido do ex-presidente petista.
As informações são de reportagem publicada neste domingo (5) pelo jornal O Globo. De acordo com o jornal, Pinheiro teria dito que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuava como “lobista da OAS”, e que ele teria tratado diretamente com o empreiteiro sobre as melhorias que gostaria que fossem feitas no sítio Santa Bárbara.
A propriedade, registrada em nome de sócios de seu filho Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, era usada frequentemente pelo petista e sua família para lazer aos finais de semana. Entre as reformas realizadas pela OAS no sítio, a pedido do ex-presidente, estavam a construção de um campo de futebol e um tanque de peixes.
Reportagem publicada pela revista Veja deste fim de semana revela ainda que, aos procuradores da Lava Jato, Léo Pinheiro teria dito que empregou o marido da ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha. O pedido teria partido de Lula. Rosemary, que era amiga pessoal do ex-presidente, foi demitida do cargo após ser flagrada por tráfico de influência. A partir daí ela teria começado a receber uma mesada, paga por Léo Pinheiro ainda a pedido do petista.