Brasília (DF) – O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan (PSDB), fez um balanço nesta terça-feira (11) sobre os primeiros 100 dias de sua gestão. Em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, o tucano comentou a forte crise financeira vivida pelo estado e rebateu as críticas que vem recebendo da gestão anterior. “Estou evitando entrar na questão de personificar, politizar, mas a situação é mais grave do que se pensa. A prefeitura está falida, sem dinheiro para nada”, disse.
O prefeito afirmou que os gastos com a folha de pagamento para o funcionalismo da capital representam mais de 10%.”Temos mais de 60 tipos de gratificações na prefeitura. Existem gratificações do tempo da Copa ainda. Não é possível um funcionário da prefeitura ganhar R$ 30 mil e a cidade estar enfrentando essa crise”, explicou.
Marchezan também explicou que decisões equivocadas tomadas pela gestão anterior fizeram com que Porto Alegre esteja passando por essa grave crise financeira.
“A receita total da prefeitura é de R$ 6 bilhões. Faltam R$ 750 milhões para pagar as contas, sendo que todas as despesas foram deixadas até agora. Por mês, a despesa total do município é de cerca de R$ 450 milhões. Desse valor, cerca de R$ 200 milhões são constitucionais, não tem como mexer. Sobram cerca de R$ 200 milhões por mês. Desses R$ 200 milhões, R$ 150 milhões é folha. Por isso que dá esses três meses sem pagar nada. Isso não é uma opinião, não é uma decisão. É reflexo de decisões que foram tomadas em anos anteriores”, observou.
Durante o programa, o prefeito também falou sobre diversos temas como a regulamentação do Uber e a legislação para transporte por aplicativo que está sendo discutida em Brasília. O tucano também comentou sobre investimentos em saúde e abertura de novos postos de saúde até às 22h.
Transporte público
Em relação à suposta crise na companhia de transporte coletivo Carris, o prefeito destacou que, com o montante gasto com a empresa pública, é quase impossível atrair investidores para a companhia. “A Carris hoje é um furo. Se vendêssemos a Carris, aliviaríamos R$ 50 milhões. Mas quem vai querer entrar nessa? Temos mais de 30% de gratuidade em Porto Alegre”, afirmou.
O tucano falou ainda sobre o sistema de reconhecimento facial que deve ser implantado em breve nas linhas de ônibus da capital. Segundo Marchezan, o objetivo é aumentar a segurança dos cidadãos.
“Não quero que o bandido se sinta à vontade andando de ônibus. Para isso, agora estamos testando o sistema de reconhecimento facial. Não há nada contra cobradores. Ele tem que pensar em virar motorista. Ou virar fiscal. Ou ir para a área da mecânica. Datilógrafos não ficaram desempregados, eles buscaram outras oportunidades. Mas não vai existir nenhum Decreto que diga ‘demitam todos os cobradores’”, destacou.