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Em meio a surto de microcefalia, Dilma autoriza saída do ministro da saúde para ajudar a reeleger Picciani

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Saúde, Marcelo Castro em entrevista coletiva após reunião sobre ações de combate ao mosquito Aedes aegypti (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Saúde, Marcelo Castro em entrevista coletiva após reunião sobre ações de combate ao mosquito Aedes aegypti (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Apesar da falta de medidas efetivas do governo federal no combate ao mosquitoAedes aegypti, responsável pelo surto de microcefalia e também pelos inúmeros casos de dengue, chigungunya e zika no país, a presidente Dilma Rousseff deu permissão para o ministro da saúde, Marcelo Castro (PMDB-PI), deixar a pasta e reassumir seu mandato de deputado federal. A manobra, que tem como objetivo a reeleição de Leonardo Picciani (RJ), aliado do Palácio do Planalto, como líder do PMDB na Câmara, foi classificada como uma “barganha barata” pelo deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP). O parlamentar criticou veementemente a autorização dada pela presidente.

“Não vou entrar no mérito sobre a competência ou não do ministro. O problema é que tudo isso é feito no toma lá, dá cá. E agora se confirma de maneira vergonhosa a autorização para que o ministro, no momento de maior crise da saúde no país, em que o SUS está necessitando urgentemente de financiamento, a crise com o chigungunya, com o zika, com essas doenças virais que preocupam o Brasil e o mundo, seja liberado para atuar politicamente nos interesses do Palácio do Planalto”, condenou o tucano.

Segundo informações de matéria publicada pela Folha de São Paulo nesta terça-feira (16), o governo avalia ser preferível enfrentar críticas momentâneas pela saída de Marcelo Castro do que correr o risco de ver Hugo Motta (PB) ser eleito como líder pemedebista da Casa. Uma possível vitória de Motta, aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dificultaria a aprovação das medidas de ajuste fiscal desejadas pelo governo e facilitaria o avanço do processo de impeachment de Dilma no Congresso.

“Este próximo líder vai indicar os membros do conselho da comissão geral que vai avaliar o impeachment. Então é claro que ela quer eleger um líder a qualquer custo, através de barganhas baratas. Ela quer evitar o impeachment, e para isso vale tudo, até tirar ministro em um momento de crise no país. É lamentável que o país esteja sujeito a esse tipo de barganha pequena, irresponsável, de uma presidente que não tem mais credibilidade e muito menos compromisso com o país”, destacou Macris.

Ainda de acordo com a reportagem da Folha, além do retorno de Marcelo Castro, Picciani articulou a volta para a Câmara do secretário municipal Pedro Paulo Carvalho (Governo) e do secretário estadual Marco Antônio Cabral (Esporte), ambos do Rio de Janeiro.

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