O cenário de absoluta recessão e crise fiscal causado pela má gestão dos recursos pelo governo de Dilma Rousseff vem afetando diretamente as empresas que prestam serviços ao setor público. Seja em órgãos municipais, estaduais ou nacionais, companhias de segmentos como os de limpeza, segurança e alimentação se veem obrigadas a atrasar pagamentos e a demitir funcionários por conta dos cortes nos contratos firmados com os órgãos públicos.
Em matéria publicada nesta sexta-feira (6), o jornal Valor Econômico destaca várias companhias que vêm sendo penalizadas com esta situação. Uma delas é a empresa de refeições coletivas Guelli, que vem sofrendo com problemas em contratos firmados no Rio de Janeiro. Segundo a reportagem, a empresa demitiu 400 dos 1.100 funcionários que tinha até 2015. “Entendemos as dificuldades pelas quais o estado e as prefeituras estão passando, mas precisamos pagar nossos funcionários e fornecedores”, destacou ao jornal Vagner Dantas, presidente da empresa.
Já no setor de limpeza, as empresas têm cortado 15% de seus funcionários, segundo Ricardo Garcia, presidente do Seac-RJ, sindicato que representa o segmento no Rio de Janeiro.
A Embrasil Segurança, empresa que tem 5,3 mil funcionários em cinco estados diferentes, cortou 10% de seu quadro da área administrativa para se adequar à nova realidade. O setor de segurança, da qual a empresa faz parte, demitiu 5,5% dos funcionários que tinha até o ano passado, de acordo com Jeferson Nazario, presidente da Embrasil e da Federação Nacional de Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist). Ele ainda frisou que os contratos públicos têm um peso médio de 40% no faturamento nas empresas do setor.
Ouvido pela reportagem do Valor, o coordenador do Observatório de Informações Municipais, François Bremaeker, ressaltou que, em períodos de ajuste fiscal como o enfrentado atualmente pelo país, as empresas prestadoras de serviços são as primeiras a sofrerem com os cortes dos recursos públicos.
Segundo ele, os municípios estão em complicada situação especialmente por conta na queda dos recursos do fundo de participação e dos repasses com o ICMS. “Diante desse cenário, a única saída é cortar despesas, e isso atinge tanto a pessoa jurídica como a física”, salientou Bremaeker.