Brasília – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou US$ 150 milhões para a reforma do aeroporto de Havana, em Cuba. A obra ficará a cargo da empreiteira Odebrecht. O crédito foi liberado quando o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), era o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As informações estão em reportagem desta terça-feira (10) do jornal O Estado de S. Paulo.
“Esse tipo de decisão é lamentável. Mostra que o Brasil está sendo governado por uma gestão que está mais preocupada com Cuba do que com o próprio Brasil. É uma grande inversão de prioridades”, destacou o deputado federal Caio Nárcio (PSDB-MG).
O tucano destacou que o Brasil sofre diversos problemas estruturais, como a precarização de estradas, portos e aeroportos, e que o dinheiro remetido para a reforma em Cuba seria muito mais útil se empregado aqui. “Diante desse cenário ruim, fica claro que a prioridade do Brasil deveria ser o Brasil”, acrescentou.
Caio contestou a postura de Fernando Pimentel, que decidiu sobre a destinação do crédito para o aeroporto cubano. “Percebemos por isso que o grande legado de Pimentel ao Brasil e a Minas Gerais, como ministro, foi um investimento pesado em Cuba”, ironizou.
Transparência
O deputado destacou que o episódio reforça a necessidade de mais transparência nas operações do BNDES – em especial porque a Odebrecht, mencionada neste caso, é uma das empresas citadas na operação Lava Jato, da Polícia Federal.
“O BNDES é um banco público, portanto usa dinheiro que pertence a todos nós. Por isso não entendo o grande volume de contratos sigilosos que mantém. Cabe a nós buscar essas informações, por isso defendo mais investigações sobre os negócios do BNDES. Acredito que a CPI da Petrobras pode desembocar no BNDES – e até temo que a crise na Petrobras possa parecer pequena quando a caixa-preta do banco for aberta”, ressaltou.