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Ex-secretário-geral do PT recebia mesada para ficar calado sobre esquema de corrupção, diz delator

rn-dinheiro-20150209-3-300x201Brasília (DF) – Um dos delatores da Operação Lava Jato, o lobista e empresário Fernando Moura afirmou em depoimento, na última quinta-feira, que o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira recebia um “cala boca” de dois empreiteiros denunciados no esquema de corrupção da Petrobras. Segundo ele, os pagamentos ocorreram enquanto Pereira cumpria pena alternativa, pelo caso do mensalão, e teriam durado até recentemente.

“Me parece que o Silvio recebia da OAS e da Ultratec, que (hoje) é a UTC”, disse Moura. “Era o Léo (Pinheiro, da OAS) e o Ricardo (Pessoa, da UTC)”. Os dois empreiteiros foram presos na 7ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Juízo Final. De acordo com Moura, o pagamento seria de R$ 50 mil, “em dinheiro vivo”, e teria durado até a prisão dos empresários.

Interrogado pelo Ministério Público Federal em um procedimento para apurar se houve quebra do acordo de delação premiada, Fernando Moura afirmou que ele próprio recebia uma mesada de R$ 30 mil do esquema petista na Petrobras, desde a época em que estourou o escândalo do mensalão. “O ‘cala boca’ eram valores para não revelar o esquema”, declarou.

A mesada seria “determinada pelo ex-diretor de Serviços Renato Duque e Milton Pascowitch”, lobista e operador de propinas que eram supostamente destinadas a José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e braço direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Também delator da Lava Jato, Pascowitch confessou em depoimento que cuidava da propina destinada ao ex-ministro, e disse inclusive que bancou reformas em imóveis da família de Dirceu. O petista admitiu a reforma nos imóveis, apesar de ter negado o recebimento de propina.

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