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Fundo de pensão da Petrobras terá taxa extra para cobrir rombo bilionário

Brasília (DF) – Funcionários e aposentados da Petrobras, além da própria estatal, terão que pagar em janeiro pelo rombo bilionário acumulado pelo fundo de pensão dos empregados da petroleira, o Petros. Em entrevista exclusiva ao ‘Estadão/Broadcast’ nesta quarta-feira (14), o presidente da fundação, Walter Mendes, afirmou que a contribuição extra será de R$ 17 bilhões a R$ 24 bilhões e deve ser quitada ao longo de vários anos.

Segundo o executivo, a intenção é cobrar dos contribuintes valor superior ao piso de R$ 17 bilhões, para evitar novos planos de ajuste de contas caso o Petros volte a registrar déficits. Em dezembro do ano passado, faltaram R$ 26 bilhões para fechar as contas.

O plano de equacionamento do déficit deve ser comunicado aos participantes em novembro, mas a cobrança, inclusive de aposentados, só vai acontecer após 60 dias. Metade da conta será paga pela Petrobras e a outra metade por seus funcionários.

Para o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), o rombo bilionário a ser pago pelos empregados da empresa é mais um reflexo do aparelhamento promovido pelos governos do PT durante os anos, que penalizou principalmente os fundos de pensão.

“Esse aparelhamento afetou todos os órgãos do governo, em especial os fundos de pensão, o BNDES. Houve de fato um saque dos recursos públicos, dos recursos dos trabalhadores e agora vem a conta. Para os trabalhadores que sempre defenderam o PT, é hora de pensar. O que foi o governo do PT? Está aí o resultado, essa crise enorme e todos os fundos com problemas de déficit, tudo fruto do esquema montado pelo PT”, lamentou.

Alvo de uma CPI no Congresso e da Operação Greenfield, da Polícia Federal, que investiga desvios de recursos em investimentos suspeitos, o Petros já saiu do ‘fundo do poço’, segundo Mendes. “Setembro foi o momento mais complicado. Ministério Público e Polícia Federal estiveram aqui num dia e nunca mais vieram. Fomos até eles para demonstrar transparência, ganhamos confiança e nosso relacionamento tem sido muito bom”, disse.

Ainda de acordo com a reportagem, o presidente da Petros afirmou, em teleconferência para apresentar o resultado de 2016, que a fundação apresentou sete notificações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apontando irregularidades na atividade de administradores e gestores de fundos estruturados. Além disso, Mendes destacou que o fundo de pensão está “contratando escritório de advocacia para tomar as medidas cabíveis contra as partes apontadas em relatórios de auditorias externas”.

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