Apesar da gravidade da epidemia de zika enfrentada pelo Brasil, o governo federal ainda não liberou recursos para o Instituto Butantã desenvolver seu programa de pesquisa de vacina para combater o vírus. O presidente da entidade, Jorge Kalil, criticou duramente a falta de medidas e afirmou que o “Brasil corre o risco de ter de importar” a solução para o surto da doença, de acordo com informações de matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo nesta terça-feira (8).
“É importante que o Brasil consiga trabalhar. Será uma vergonha se chegarmos até a OMS [Organização Mundial da Saúde] e tudo for resolvido pelos de fora. Mas continua a burocracia enorme para a liberação de verbas. Pedimos R$ 30 milhões para fazer o programa contra o zika. O Ministério da Saúde autorizou R$ 8,5 milhões. Mas, desse total, não chegou nada”, disparou Kalil.
Atrasos na Anvisa
A burocracia e a má gestão da saúde no governo Dilma Rousseff não estão prejudicando apenas o desenvolvimento da vacina contra o zika vírus. Segundo matéria da Folha de São Paulo, produtos médico-hospitalares, medicamentos, vacinas e matéria-prima para a indústria farmacêutica estão parados há 58 dias no terminal de cargas do aeroporto internacional de Viracopos. O motivo: a falta de funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para realizar a liberação das mercadorias, que são importadas.
O atraso na liberação do material vem causando diversos prejuízos às empresas. A multinacional 3M do Brasil, por exemplo, precisou aumentar seus estoques, o que praticamente dobrou seus custos com armazenagem, ainda de acordo com a reportagem da Folha. Atualmente, a Anvisa conta com apenas sete funcionários para avaliar 4.500 licenças de importação.