O governo federal está atrasando o pagamento a fornecedores de programas como o Minha Casa, Minha Vida e o PAC. A demora ultrapassa três meses no caso de alguns projetos do PAC. Segundo dados da Associação Paulista dos Empresários de Obras Públicas (Apeop), divulgados nesta terça-feira (12) pelo jornal Correio Braziliense, a verba atrasada chega a R$ 4,7 bilhões.
A reportagem menciona que a medida acaba fazendo com que o Executivo apresente números mais favoráveis de suas contas, ampliando o superávit, e compara a decisão às “pedaladas fiscais” representadas pelo atraso de repasses do Tesouro Nacional aos bancos públicos.
O empresário Luciano Amadio, presidente da Apeop, disse que o cenário pode levar a demissões no setor. “A margem de lucro está apertada e, sem receber do governo, as empresas não têm opção a não ser demitir”, declarou ao Correio. Declaração similar foi feita pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, que criticou os atrasos do Minha Casa, Minha Vida.
Além da tentativa de fazer economia, há outro fator citado pelo Correio como motivador dos atrasos: a demora, por parte da presidente Dilma Rousseff, na aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), que disciplina os gastos do governo, e foi sancionada somente em 20 de abril. Sem a LOA sancionada, os órgãos do governo federal puderam gastar, a cada mês, apenas 1/18 do orçamento anual, em vez dos 1/12 esperados.