Brasília – A utilização do sistema de bandeiras tarifárias levou os brasileiros a pagar R$ 2,4 bilhões a mais na conta de eletricidade ao longo dos três primeiros meses de 2015. O mecanismo, idealizado como um método para informar a população sobre as condições da geração de energia, foi transformado pelo governo federal em uma máquina de arrecadação, na avaliação do deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG), presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara.
“O governo desvirtuou o uso das bandeiras. Levou o sistema a mostrar sempre a bandeira vermelha [que indica tarifas mais caras]. Então há bandeira vermelha tanto no período seco quanto no chuvoso. É uma situação que mostra o descontrole que há no setor”, declarou o tucano, que recordou que a presidente Dilma Rousseff, durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, foi ministra das Minas e Energia e definida por petistas como especialista na área.
Prejuízo
A expressiva arrecadação adicional de R$ 2,4 bilhões não foi suficiente para que o setor de energia ficasse no azul – segundo nota do colunista Lauro Jardim, da revista Veja, há ainda um déficit de R$ 1,6 bilhões, que foi coberto pelas distribuidoras e terá que ser pago pelos brasileiros nos próximos meses.
Para Rodrigo de Castro, o cenário de prejuízos é fruto de “despreparo e prepotência” da gestão petista. O deputado citou que o governo Dilma conduziu a área com base em propostas demagógicas, como a medida provisória 579. Sob o pretexto de reduzir a conta de luz paga pelos cidadãos, o governo Dilma apresentou um texto que confundiu o setor e, embora tenha trazido diminuições de preços no curto prazo, dificultou a contabilidade da área e criou débitos ainda não plenamente resolvidos até os dias atuais.