Brasília – O presidente dos EUA, Barack Obama, assinou na segunda-feira (9) um decreto em que define a crise na Venezuela como uma ameaça à segurança norte-americana. No documento, a Casa Branca pediu também a libertação de opositores que foram presos pelo governo de Nicolás Maduro.
A medida determinou que sete autoridades venezuelanas, que atuam nas forças militares e de inteligência do país, não podem entrar nos EUA e nem realizar transações com cidadãos norte-americanos.
O deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG) disse que a medida demonstra que os países do continente americano estão, cada vez mais, atentos à situação da Venezuela. “Enxergo até um pouco de exagero na decisão de considerar a Venezuela como uma ameaça à segurança, mas é claro que a decisão mostra uma grande preocupação”, afirmou o tucano, que durante o ano passado foi o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Segurança Nacional da Câmara dos Deputados.
Para Barbosa, a preocupação é fruto do desejo, por parte das outras autoridades de países latino-americanas, de implantar em seus países um modelo similar ao venezuelano. Brasil, Argentina e Bolívia estão entre os países com esse perfil, destaca o deputado.
O tucano lembra que a Venezuela tem sido marcada, desde a ascensão de Hugo Chávez à presidência, pela repressão aos direitos humanos e à liberdade de expressão. “Pessoas são presas apenas por seu posicionamento político. Há um endurecimento nesse sentido em toda a América Latina, e precisamos ficar atentos”.
Para Barbosa, a postura do governo brasileiro em relação às violações à democracia no país vizinho é de “anuência”. “Não existe qualquer reação, e sim uma concordância ao que ocorre na Venezuela”, destacou.
O tucano deve integrar uma comissão externa formada por parlamentares que visitará a Venezuela para analisar a realidade política no país.