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Impacto de R$ 125 bi sobre contas públicas é resultado da “política desastrosa” adotada pelo PT, avalia deputado

deputadoBrasília (DF) – A estratégia adotada pelos governos do PT de estimular o setor produtivo com subsídios a empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá um impacto de R$ 125,13 bilhões sobre as contas públicas nos próximos anos. Deste total, R$ 109 bilhões se referem à diferença entre o custo de captação de dinheiro pelo Tesouro Nacional no mercado (hoje em 13% ao ano) e o custo dos empréstimos concedidos ao banco para que ele pudesse emprestar dinheiro mais barato às empresas. O Tesouro terá de arcar com essa conta até 2060. As informações são do jornal O Globo desta segunda-feira (13).

De acordo com a reportagem, paralelamente a isso há uma outra conta que sobrou para o Tesouro honrar e que vai pesar no Orçamento até 2041: a equalização de empréstimos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). São mais R$ 16,13 bilhões, totalizando os R$ 125 bilhões.

Para o deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB-GO), o impacto altíssimo se deve à política desastrosa adotada pelo PT, que acentuou o cenário e criou um grande rombo na economia.

“Eles criaram os campeões nacionais nas empresas, que foram beneficiadas para se tornarem grandes clusters industriais no Brasil e a nível mundial. Foi assim também quando criaram financiamentos para poder fomentar as chamadas empresas brasileiras de conteúdo nacional, principalmente em relação à Petrobras. Essa política também acabou privilegiando determinados segmentos da economia com taxas de juros menores, abaixo do mercado. Tudo isso novamente com o BNDES. Se somarmos tudo isso, temos a explicação desse cenário”, explicou.

Apesar de o governo federal já ter mudado a forma de atuação do BNDES e vir trabalhando numa agenda para aproximar as taxas subsidiadas às de mercado, ainda existe uma dívida que precisa ser paga. Dados do Tesouro Nacional apontam que o custo dos subsídios de 2008 a 2016 somou R$ 115,9 bilhões.

Nesse mesmo período, a equalização das taxas do PSI custou R$ 46,3 bilhões. Para que o banco pudesse emprestar, o Tesouro também fez sucessivas injeções de capital na instituição, somando de R$ 393,55 bilhões entre 2009 e 2014.

Na avaliação do tucano, é “lamentável” que os brasileiros que ficaram desempregados com a política equivocada do governo petista também tenham que pagar a conta ao longo dos anos. “O Tesouro é a população brasileira, somos nós que pagamos. Eles adotaram essas políticas protecionistas em determinados setores da economia, quando deveriam ter feito o contrário: incentivar a competição para que a gente possa ter inovação e praticar taxa de juros normal. É lógico que temos que diminuir a taxa de juros, mas não é subsidiando, criando incentivos. Tudo isso, infelizmente, ainda vai trazer durante um bom tempo gastos e pagamentos por parte do povo brasileiro”, avaliou.

Segundo a reportagem, todos esses fatores contribuíram para a forte deterioração das contas públicas, que terminaram 2016 com um rombo histórico de R$ 156 bilhões. Já a dívida bruta, que aumentou devido à emissão de títulos para custear o BNDES, também bateu recorde no ano passado: 69,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Apesar do cenário negativo, Vecci acredita que as perspectivas estão melhores com a recuperação da economia. “A chamada nova matriz econômica do PT causou esse desastre que certamente não se resolve de um dia para o outro. No entanto, as coisas estão entrando no rumo, o BNDES já está diminuindo esse processo seletivo de privilégios e, com as políticas de competição que tendem a crescer, com certeza deixaremos esse cenário para trás”, completou.

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