Brasília (DF) – Os índices de violência no país chegaram a níveis alarmantes: um em cada três brasileiros, o equivalente a 35% da população, já teve amigos ou parentes assassinados. É o que aponta pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). De acordo com o levantamento, divulgado nesta segunda-feira (08), pelo menos 50 milhões de brasileiros maiores de 16 anos perderam alguém próximo vítima de homicídio ou latrocínio, roubo seguido de morte.
As informações são de reportagem da Agência Brasil. Para 94% dos brasileiros ouvidos pelo estudo, o índice de homicídios no Brasil é muito alto. Já 96% dos entrevistados acreditam que as esferas de governo precisam se unir para reduzir a violência no país. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 58.383 mortes violentas foram registradas no país em 2015.
Integrante da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara, o deputado federal Adérmis Marini (PSDB-SP) avaliou que a inclusão social é um dos caminhos para reverter o alto grau de violência no Brasil.
“O mais importante é a inclusão das pessoas no mercado de trabalho, em programas de qualificação. Ter um gerador de oportunidades. A política paternalista que foi adotada nos últimos anos pelo PT está se refletindo agora socialmente, mostrando que o sistema é ineficiente”, constatou. “Temos que trabalhar para ter um país gerador de oportunidades, e gerar oportunidades é trabalhar não só a política social, mas também uma política que tenha em mente a questão do emprego, da renda para essas pessoas”, afirmou o tucano.
A pesquisa do Datafolha também alerta que o percentual de pessoas que tiveram amigos ou familiares mortos violentamente é consideravelmente maior entre negros, que representam 38% dos entrevistados, do que entre brancos, que equivalem a 27%. Entre as 2.065 pessoas ouvidas, em 150 municípios, 4% já foram vítimas de ferimentos com armas de fogo, 8% com facas e outras armas brancas, e 12% delas disseram ter sofrido ameaças de morte.
Para o deputado Marini, a resolução do problema crônico da violência no Brasil passa por um maior controle das fronteiras, pela questão da desigualdade social e até mesmo pela crise econômica, intensificada durante os anos de gestão petista.
“Uma das minhas grandes preocupações é o tráfico de drogas. Nós precisamos ter um controle mais extenso nas nossas fronteiras, por onde entram drogas e armas. Isso tem afetado principalmente a nossa periferia, é o que mostram as pesquisas. O número de jovens envolvidos com o crime também é alarmante. Vemos a necessidade de trabalhar nessa perspectiva, a questão do jovem que muitas vezes não tem oportunidade ou inclusão social, inclusão no mercado de trabalho, e acaba se envolvendo na criminalidade, o que afeta os índices de violência, que têm aumentado nos últimos anos”, destacou o tucano.
“A questão econômica do país também muitas vezes influi nesses dados. Estamos vivendo um período pós-recessão, e a gente está trabalhando para tirar o Brasil dessa recessão, mas isso de certo modo também influencia muito na violência que registramos atualmente”, completou o parlamentar paulista.