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Incoerência: Vice-líder do governo contraria defesa de Dilma e admite empréstimo de bancos públicos ao governo

Sem-título-2-300x179Brasília (DF) – Apesar de a defesa da presidente Dilma Rousseff insistir que não houve transferência de dinheiro dos bancos públicos ao Tesouro nas chamadas “pedaladas fiscais”, e sim apenas o atraso em pagamentos, parece que agora o próprio governo se contradiz e põe em xeque sua fundamentação. Nesta quarta-feira (6), durante a comissão de impeachment, o vice-líder do governo na Câmara, deputado federal Silvio Costa (PTdoB-PE), confirmou a existência dos empréstimos.

“Chegou o dia de pagar a mensalidade escolar do seu filho. O senhor não tem dinheiro para pagar. O senhor foi lá no banco, pediu um empréstimo e o banco lhe emprestou. Aí, o senhor foi na escola e pagou a mensalidade. Quando chegou no dia de pagar o banco, o senhor não tinha o dinheiro. O senhor atrasou, mas depois pagou o banco. Então, o senhor pode ser morto? Alguém pode lhe matar porque o senhor atrasou um pagamento?”, questionou o deputado. Assim que concluiu sua fala, Costa foi ironizado por oposicionistas, que afirmaram que ele teria “desmascarado” o governo com as afirmações.

A declaração do parlamentar prova que o método usado por Dilma para melhorar artificialmente as contas federais configura crime de responsabilidade, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece que é proibido o governo pegar empréstimo em banco que a própria União controla. A versão de Costa contraria a defesa usada até então na tentativa de livrar a presidente do processo de afastamento.

Na última segunda (4), o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, negou, durante a comissão especial do impeachment, o crime de responsabilidade cometido por Dilma. Ele disse que não há ilegalidade nas “pedaladas” porque não houve empréstimos, e sim o atraso no pagamento de um serviço. Segundo Cardozo, o governo pode, no máximo, ser considerado “inadimplente”.

A edição de segunda (4) da coluna da jornalista Miriam Leitão, no jornal O Globo, (COLOQUE LINK PARA A COLUNA) afirma que o exemplo usado por Cardozo, em que cita o patrão que atrasa o pagamento do empregado, foi como “misturar cenouras com uvas”.

Veja abaixo o vídeo em que o vice-líder do governo admite os empréstimos.

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