Brasília (DF) – A indústria têxtil e de confecção de São Paulo demitiu 10 mil funcionários de janeiro a julho deste ano. Até o final de 2015, mais 15 mil postos devem ser fechados no estado. No país, a estimativa é de que mais de 100 mil pessoas percam o emprego no setor. A projeção é da Sinditêxtil-SP, entidade que representa o setor. É a primeira vez em pelo menos 35 anos que o segmento passa por uma redução desse volume.
As informações são da reportagem da Folha de S. Paulo desta segunda-feira (31).
Segundo o presidente do sindicato, Alfredo Bonduki, somente no município de Americana, foram perdidos cerca de mil empregos nos dois segmentos. Nos primeiros sete meses do ano passado, haviam sido gerados 2.080 empregos no estado.
De acordo com a reportagem, os cortes são consequência da redução média de 25% na produção, em razão do enfraquecimento do consumo. Apenas o estado de São Paulo é responsável por 30% da produção nacional.
“Além da retração na demanda, há muita compra de têxteis importados, mesmo com a alta do câmbio, porque as mercadorias são contratadas com ao menos nove meses de antecedência”, ressaltou Bonduki.
O executivo explicou ainda que os reajustes de energia elétrica foram outro fator que contribuiu para agravar o cenário. Em algumas regiões de São Paulo, a luz ficou até 90% mais cara. No segmento de fiação, por exemplo, a energia elétrica responde por cerca de 30% das despesas.