Brasília (DF) – Impulsionada pelo reajuste nos preços dos alimentos, a inflação para famílias com renda mensal de até 2,5 salários mínimos quase dobrou de dezembro de 2015 para janeiro deste ano, de 0,97% para 1,91%. O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), divulgado nesta quarta-feira (3) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontou que, no acumulado dos últimos 12 meses, o indicador teve alta de 11,42%.
Reportagem do jornal Valor Econômico destacou que seis das oito classes de despesas que compõem o IPC-C1 registraram taxas mais altas. Os mais afetados foram o setor de Transportes (0,79% para 4,02%), Alimentação (1,94% para 2,63%), Habitação (0,34% para 1,04%) e Educação, Leitura e Recreação (0,90% para 3,73%).
O deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN) acredita que as famílias de baixa renda sentem maior impacto da inflação por não terem como se defender da corrosão do poder de compra. “Quem sofre mais é a população mais humilde, que não tem como se proteger dessa inflação que já ultrapassou 10% na média. No caso dos gêneros de primeira necessidade, que são os mais consumidos por essas famílias, nós encontramos aumento de até 70%. É lamentável porque são pessoas que precisam disso para sobreviver”, explicou.
Segundo o IPC-C1, a inflação das famílias mais pobres ficou acima da inflação geral, medida pelo IPC-BR, que registrou alta de 1,78%. Nos últimos 12 meses, o IPC-BR subiu 10,59%. O tucano ressaltou que o governo federal erra e penaliza ainda mais a população com menos renda ao tentar resolver o excesso de gastos da máquina pública aumentando impostos.
“O maior inimigo do Brasil hoje é a inflação, um monstro que foi debelado na época do Plano Real, quando o PSDB implantou uma política fiscal e econômica que permitiu que pudéssemos finalmente planejar o futuro do país. Agora, todo esse legado está sendo colocado em terra pela inépcia e incompetência que este governo tem em gerir a economia do país”, disse.
País submerso
Ainda na avaliação de Marinho, o país está “submerso” em uma crise praticamente sem solução. “Só vamos sair desse cenário na hora em que voltarmos a ter confiança na economia brasileira. Para isso, infelizmente, a única solução que vejo é a retirada da presidente do poder”, concluiu.