
Brasília (DF) – A combinação da alta do dólar com o reajuste do preço dos combustíveis está elevando as projeções do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano que vem e de 2016 para além do teto da meta estabelecida pelo governo. As informações são de reportagem publicada nesta segunda-feira (5/10) no jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com a publicação, caso as previsões se confirmem, a economia brasileira poderá apresentar dois anos seguidos de inflação acima dos 6,5%. Para este ano, as projeções do IPCA já superam os 10%, por conta da alta dos preços da gasolina e do diesel.
O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PR) vê “com muita tristeza o nosso país se afundando na incompetência, no desgoverno e na corrupção”.
“Todos os dias estamos vendo a inflação subir cada vez mais, as taxas de juros também. O que é inversamente proporcional à capacidade do Estado de prover serviços básicos para a população, que vem diminuindo”, afirmou.
Situação insustentável
Ouvido pela reportagem do Estadão, o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE) Vinícius Botelho disse que, para 2016, o quadro provável será de inflação muito próxima do teto da meta, com viés de alta. “A situação fiscal parece insustentável”, avaliou.
Para o deputado Hauly, os resultados na economia refletem a incapacidade da atual gestão. “Analisando a situação com muita racionalidade, dá para dizer que o estrago que o governo Dilma, o governo Lula e o PT fizeram e estão fazendo, vamos levar mais de dez, quinze anos para recuperar. Indiscutivelmente, é o pior governo que o Brasil já teve”, disse.
O tucano criticou ainda as medidas açodadas que o governo federal tem tomado, como o aumento de impostos e o corte de recursos em programas sociais importantes, para tentar equilibrar as contas.
“Não há como trocar ministérios, ou realizar tentativas de mudança, porque esse governo não tem mais credibilidade. Não tem aceitação pública, não tem aceitação no Congresso, não tem mais credibilidade no Brasil, e nem credibilidade internacional. O jeito é trocar de governo”, completou.