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“Justa indignação da Imprensa”, por Sanchotene Felice

downloadAgora fica claro: tem gente graúda por trás dos acontecimentos. Confirma-se que criminosos de penacho contratam, induzem, amparam e recompensam baderneiros, estes que, diluídos na multidão, agridem e matam inocentes, quebram o que encontram pela frente, ofendem a nação sem a menor cerimônia ou crise de consciência.

Institui-se o absolutismo dos marginais. Em síntese, instaura-se a anarquia no País, em proveito dos maus, acomodados no anonimato, sob expectativa de impunidade. Fazem o que querem, humilham e debocham da nação brasileira. Quando flagrados dizem que querem melhorar a educação, a saúde, reduzir tarifas, eliminar injustiças.

Se a evidência os acusa, as imagens os denunciam e testemunhas confirmam, praticam o escape da moda: não sabem nada, não declaram nada, negam tudo. E não lhes faltam causídicos de oportunidade, que os defendam, tudo em nome da “lei”, da “democracia”, do “Estado de Direito”, que eles próprios não respeitam. Salta aos olhos, até do analista de mediana aquidade, que esses movimentos de falsos protestos e de real vandalismo são levados às ruas com clara motivação político-partidária, a gosto de mercenários-mascarados, sem coragem para mostrar o rosto. Black Blocs em cena, estrangeirismo insuportável.

 

Também se destinam a promover confrontos com autoridades. São figuras esquálidas, com fisionomia de anjos, que despertam comiseração. Valem-se do fato de que os brasileiros guardam em sua personalidade básica a primazia do sentimento sobre a razão. A maioria se apieda dos bandidos. Mais ainda, se lhes parecem desnutridos, com maças do rosto proeminentes, magros, tenra idade, curvados e olhar indefinido. São robôs escolhidos a dedo. Vulneráveis pela carência física e emocional. Na interação coloquial são tímidos e humildes. Na turbamulta são feras furiosas a solta.

Mas, quando agridem, quebram e conspiram contra a vida alheia e apostam no perdão coletivo. Afinal, são jovens inexperientes, “frágeis”, “bem intencionados”. É fácil para os patrões desses moços defendê-los com engenhosas artimanhas, até porque a multidão, diferente do indivíduo, do grupo e do público, dificulta, quase impede a responsabilização de alguém. A culpa é de todos. Fica indefinida. Dilui-se na pluralidade anárquica de indivíduos. Ignora a personalidade em particular.

Neste momento, a imprensa sofre corte profundo em sua própria carne. Um de seus profissionais – bem quisto, exemplar cinegrafista, unanimidade entre seus colegas – é morto pela turba induzida, pela agressão explosiva, pela covarde ação da multidão

envenenada. Vetores diabólicos mantidos a soldo geram deplorável atrativo. Desta vez a população brasileira está sendo levada a pensar sem paixão, longe dos fanatismos ideológicos ou partidários, sem direita e sem esquerda. Além disto, os marginais não contavam com a tecnologia, que agora os identifica, e com os peritos que não sonegam seus delitos. De agora em diante o horror aparece. E seus autores também.

Um profissional da notícia foi assassinado em seu posto de trabalho. Escalado para mostrar aos brasileiros a dura verdade dos tumultos. A gravidade e as circunstâncias da morte de Santiago Andrade, formam desafio com fisionomia convocatória. A violência produzida deve enfrentar resistência fulminante. O povo aplaudirá. Caio Silva de Souza, Fábio Raposo, a original Sininho e asseclas associados devem estar com seus dias de liberdade contados.

É de registrar, em tom compensatório irresignado, que o triste episódio da morte do qualificado câmera opera o condão de revoltar e unir todos os órgãos de comunicação do Brasil, num brado enérgico de repúdio e condenação. Há, ao mesmo tempo, pelo que se vê, compromisso solidário da mídia para formalizar a acusação aos culpados e leva-los à Justiça.

 

Vai mais longe: ela responsabiliza, sugere estratégias, mostra caminhos e dispõe-se a exercer enérgica fiscalização, no sentido de vê-los julgados e contidos exemplarmente. A família de Santiago afirma que sua morte não será em vão. Tenho certeza disso. Ela será um divisor de águas rumo a coerência e racionalidade nos processos de prevenção e repressão contra marginais que se transvestem de patriotas e não passam de seres abjetos, escolhidos por chefes que, a meu ver, devem ser descobertos e levados à cadeia, mediante ação exemplar. O povo aplaudirá. E a revolta da imprensa e de todos nós entrará para a história.

Diretor do ITV/RS Sanchotene Felice

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