Brasília (DF) – Já virou rotina para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por seu envolvimento em esquemas de corrupção. Réu em outros três processos relacionados à Operação Lava Jato, o petista foi indiciado pela quinta vez nesta quinta-feira (15), ao lado de sua esposa, Marisa Letícia, do ex-ministro Antonio Palocci, do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e outras cinco pessoas, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo reportagem publicada pelo portal G1, a denúncia foi apresentada à Justiça Federal do Paraná. O inquérito investiga a negociação de um terreno em São Paulo, onde seria construído o Instituto Lula, e a compra de um apartamento vizinho ao que o ex-presidente mora, em São Bernardo do Campo (SP). A PF considera que ambas as negociações tratam-se de propinas da Odebrecht ao ex-presidente.
A força-tarefa da Lava Jato pediu ainda o ressarcimento de R$ 75.434.399,44 à Petrobras. Vale lembrar que Lula também é alvo de uma quinta denúncia, desta vez no âmbito da Operação Zelotes.
Com os inquéritos se amontoando a cada dia, a defesa do ex-presidente tem recorrido à estratégia de atacar o juiz federal Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato sempre que o petista é implicado em uma nova acusação. Após o indiciamento de Lula na terça-feira (13), por corrupção passiva, seus advogados protocolaram, nesta quarta (14), mais uma petição em que acusam o juiz Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância, de tratar a defesa do petista com falta de “urbanidade”. Ou seja, civilidade e cortesia.
O texto dos advogados de Lula rebate um despacho de Moro, em que o magistrado diz que a defesa do petista usa argumentos “desinformados” contra ele.
Não é a primeira vez que os advogados do ex-presidente tentam atacar Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato. Após recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o juiz, a defesa do petista chegou até mesmo a apresentar uma queixa-crime contra Moro, acusando-o de parcialidade e abuso de autoridade.
Para o deputado federal Miguel Haddad (PSDB-SP), a estratégia usada pela defesa de Lula na tentativa de desqualificar juízes, promotores e as próprias investigações mostra que não existem fatos que comprovem a sua inocência.
“Na verdade, o que a gente tem visto por parte do ex-presidente Lula é uma tentativa de desqualificar o juiz Sergio Moro e a Lava Jato, deve ser por falta de argumentos. A cada dia, novas provas, novos indícios, as suspeitas vão se concretizando em provas, os indícios vão caminhando para fatos repetidos de desvio de dinheiro, de recebimento de propina em dinheiro vivo, em vantagens para a família”, destacou.
O parlamentar acrescentou ainda que, como Lula não tem como se defender, parte para o ataque, usando de manobras escusas e fora da realidade.
“É uma medida já conhecida por parte do ex-presidente Lula. Quando ele não tem argumentos, tenta desqualificar os seus oponentes, desqualificar as pessoas que fazem alguma apuração ou um ponto contrário a ele”, completou o tucano.