Brasília (DF) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (11) que, se voltar à Presidência da República, fará a regulação legal dos órgãos de imprensa. Em discurso na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o petista também fez duras críticas à Operação Lava Jato, ao juiz Sérgio Moro e disse que não irá “morrer antes de voltar a governar o país”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo deste sábado (12).
“Eles têm que saber que têm que trabalhar muito para não deixar que eu volte a ser candidato. Se eu for candidato, vou ganhar e fazer a regulação dos órgãos de imprensa”, disse Lula ao lado da presidente cassada Dilma Rousseff.
O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) lembrou que a regulação da mídia é uma bandeira histórica do PT, muito defendida na campanha da ex-presidente Dilma. Para o tucano, o discurso é mais uma tentativa do PT de controlar a imprensa.
“O ex-presidente Lula tentou normatizar toda essa questão quando ainda estava no poder. É um ataque à imprensa, mas não acredito que o povo brasileiro vá fazer com que ele retorne à Presidência da República. Não creio que ele vá voltar e, portanto, a imprensa continuará livre”, afirmou.
Durante o discurso, Lula também declarou que, “composta por um partido político”, a Lava Jato não é uma operação judicial. Para ele, a Petrobras e a indústria naval estão sendo destruídas nesse processo.
Na avaliação de Gomes de Matos, as declarações do ex-presidente não passam de uma estratégia para tentar enganar a população e tentar mais uma vez tirar o foco dos desmandos promovidos pelo PT durante os últimos 13 anos.
“A situação que o país vive hoje é fruto do desgoverno do PT. A irresponsabilidade fiscal, o descontrole nas contas públicas e a permissão para que ocorresse essa corrupção generalizada, principalmente nas estatais, desequilibrou o Brasil. Nós perdemos várias oportunidades de avanço. Eles têm essa estratégia de ficar negando, mas todos sabemos que essa grave crise pela qual passamos é fruto da má gestão dos ex-presidentes Lula e Dilma”, avaliou.
Alvo de seis ações penais – três delas relativas à Lava Jato –, o ex-presidente também fez críticas à sua condenação pelo juiz Sérgio Moro no caso do triplex do Guarujá. O petista disse que não tem que provar a sua inocência. “Eles é que têm que provar a minha culpa. A única coisa que posso oferecer a vocês é a minha inocência”, afirmou.
Ainda em referência a Moro, o ex-presidente disse que nenhum réu pode estar acima da lei, mas nenhum juiz também está acima dela. “Tenho consciência que o Moro não é mais honesto que eu e que nenhum procurador ou delegado é mais honesto do que eu”, completou.
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