Brasília (DF) – O governo da presidente Dilma Rousseff bateu mais um recorde negativo neste final de 2015. O déficit do setor público consolidado, que corresponde ao governo central, estados, municípios e estatais, atingiu os R$ 11,5 bilhões em outubro. É o pior patamar desde o início da série histórica, em dezembro de 2001. As informações são de reportagem desta terça-feira (1/12) do jornal O Globo.
Segundo a publicação, o número negativo superou os R$ 8,4 bilhões de déficit acumulado entre janeiro e dezembro. Com isso, o rombo dos dez primeiros meses do ano já chega a R$ 19,9 bilhões, também o pior da série histórica para o período. Faltando apenas um mês para o fim do ano, o governo federal não conseguiu economizar um centavo para pagar os juros da dívida.
O rombo bilionário no setor público teria sido causado pelos resultados negativos do governo central – Tesouro, Previdência Social e Banco Central – que acumula um déficit de R$ 34 bilhões nesse ano, e pelo mau desempenho das estatais, que apresentam déficit de R$ 3 bilhões. O aumento do déficit em outubro também pode ser atribuído ao pagamento da 1ª parcela do 13º salário para aposentados.
Dívida pública pode aumentar
Nos últimos 12 meses, encerrados em outubro, as contas públicas do país acumularam um déficit primário, sem os juros da dívida, de R$ 40,9 bilhões, ou 0,71% do Produto Interno Bruto (PIB). Já quando se incluem esses juros, o chamado resultado nominal, o déficit salta para R$ 29,4 bilhões – 9,5% do PIB. Esses também são os piores resultados das séries históricas, iniciadas em 2006.
Especialistas alertam que a dívida pública brasileira pode crescer ainda mais. De acordo com um relatório do Banco Central, a dívida bruta do setor público chegou em outubro a R$ 3,8 trilhões, ou seja, 66,1% do PIB. Há um ano, esse déficit era de 55%.