Anunciado pela presidente afastada Dilma Rousseff após os protestos de junho de 2013, o PAC Mobilidade Urbana encerrou o ano passado tendo 70% dos seus 378 projetos previstos sem qualquer tipo de gasto realizado. Levantados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), os dados foram destacados em matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira (7).
O deputado federal Nelson Marchezan (PSDB-RS) criticou a quantidade de obras anunciadas pelo governo Dilma que jamais saíram do papel, destacando que o anúncio do PAC Mobilidade foi apenas uma parte da “indústria de notícias falsas” montada pelo PT no Palácio do Planalto. Para ele, o Brasil perdeu uma grande oportunidade de desenvolver sua infraestrutura de transportes por conta dos erros da gestão petista.
“Não há uma ideia de projeto, de execução, de realização, o que interessa apenas são as notícias, as imagens, as mentiras, é enganar a população que está descontente com aquele setor naquele momento”, salientou o tucano. “O Brasil teve uma oportunidade gigantesca com o crescimento mundial, com a possibilidade de vários investidores nacionais e estrangeiros aportarem recursos aqui. Esses investimentos eram necessários para o transporte nas grandes regiões metropolitanas e o PT, por incompetência, por uma ideologia atrasada, e pela corrupção não conseguiu que os brasileiros aproveitassem esse grande momento”, acrescentou.
Troca de modelo
Ouvido pela reportagem da Folha, o diretor-executivo da Associação Nacional de Transportadores sobre Trilhos, Rodrigo Vilaça, ressaltou a necessidade de mudanças na forma como as obras de mobilidade urbana são feitas no país. Para ele, o modelo em que estados e municípios contratam os projetos – pagos por meio de empréstimos concedidos por bancos públicos – deve ser trocado por parcerias público-privadas.
Na visão de Marchezan, as obras realizadas em conjunto com a iniciativa privada apresentam a melhor alternativa diante da situação de falta recursos enfrentada pelos cofres públicos.
“Nós precisamos de investimentos agora, sem ideologia. A questão é a necessidade e o custo benefício. É isso que o administrador público tem que fazer. Tem que dar o melhor serviço para a população ao menor custo, independentemente de onde venham esses recursos, até porque os tesouros públicos municipais, estaduais e federais estão quebrados em virtude da gestão do PT”, afirmou o parlamentar.
“São várias as alternativas em conjunto com a iniciativa privada. Sejam parcerias público-privadas, sejam concessões, seja aluguel ou arrendamento de bens públicos, tem várias alternativas”, completou.
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