PSDB – RS

Marchezan critica argumentos usados por Dilma em seu primeiro pronunciamento após Câmara aprovar o impeachment

img20160414112324098262med-1-marchezan-300x196Em sua primeira aparição oficial após a Câmara dos Deputados aprovar a admissibilidade do processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff afirmou que se considera injustiçada e que não cometeu os crimes de responsabilidade pelos quais vem sendo julgada. Durante o pronunciamento, feito no Palácio do Planalto na tarde desta segunda-feira (18), a petista declarou, ao falar sobre as pedaladas fiscais, que os atos de seu governo já haviam sido praticados por outros presidentes. Para o deputado federal Nelson Marchezan (PSDB-RS), o fato de outros políticos supostamente cometerem algum tipo de irregularidade não exime Dilma pelos crimes feitos durante a sua gestão.

“Se nós temos dez assassinatos em um município, e nós pegamos apenas um homicida, nós não liberamos este um porque os outros nove não foram pegos. Se realmente houve outros crimes, isso não é tese de defesa. ‘Os outros mataram, eu também, não foram pegos, eu não posso ser pega?’. Essa tese não serve”, contestou o parlamentar gaúcho, que destacou que as chamadas “pedaladas fiscais” se iniciaram no final da gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sofreram uma verdadeira disparada durante o governo Dilma.

“Ficou evidente que ela enganou, engendrou, maquiou as contas públicas e pegou dinheiro de bancos públicos, o que é proibido por lei. O remédio jurídico para isso é o impeachment. E se não fosse feito o impeachment, tendo isso tudo tão claro, aí sim ficaria bem claro que estaria se tratando de golpe, aí a Câmara seria golpista. Cumprindo a Constituição, não há golpe. Há sim a punição dos crimes cometidos pela presidente Dilma e pelo seu governo”, analisou.

Além de dizer, mais uma vez, que não cometeu crimes, a presidente Dilma também voltou a culpar a oposição pela atual situação do país. A petista afirmou que seus opositores não permitiram que ela governasse nos últimos 15 meses e que a política do “quanto pior, melhor” foi utilizada para prejudicar sua gestão, por meio da criação de “pautas-bombas”. Na avaliação de Marchezan, a argumentação usada por Dilma não faz sentido pelo fato de que, durante a maior parte de seus mandatos presidenciais, a oposição ao seu governo foi minoria na Câmara dos Deputados.

“A presidente Dilma teve, durante seu governo, de 513 deputados, 54 deputados que eram do PSDB, no 1º e no 2º mandato, e menos de 100 parlamentares de toda a oposição. Se Dilma não consegue governar o Brasil com mais de 400 parlamentares, com mais de 80% da Câmara, efetivamente, ela não pode governar. Não há hipótese de ela conseguir governar, o que ficou evidente, e por isso ela está caindo”, afirmou.

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