O governo federal decidiu abrir mais de 11 mil vagas para os médicos brasileiros atuarem no programa “Mais Médicos”, após o ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciar a volta de 300 profissionais cubanos para o programa em curto prazo. O objetivo é reduzir gradativamente o número de estrangeiros, dando prioridade aos brasileiros, e substituindo até 4 mil médicos cubanos em três anos por profissionais do Brasil. Para o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB-PB), a medida pode ajudar a solucionar o déficit dos trabalhadores de saúde no país.
“O Ministério da Saúde – que tem a capacidade de analisar com maior profundidade o principal problema – que é a falta de assistência médica. É claro que a gente tendo essa mão de obra e esses médicos no nosso país com a nossa formação, é algo que merece esse prestígio. Merece ter a condição para que haja essa oferta. Mas se não há essa possibilidade, o mais grave de tudo é deixar alguém que precisa de um amparo na saúde sem essa assistência.”
A negociação já foi concluída nesta terça-feira, em Genebra, num encontro entre o ministro da Saúde e representantes do governo cubano, que estão na Suíça para reuniões na Organização Mundial da Saúde, a OMS. Cerca de 300 profissionais cubanos que trabalham no Mais Médicos e já tinham voltado para Cuba devem retomar seus trabalhos ainda este mês. Na avaliação do deputado Pedro Cunha Lima, o governo também deve se preocupar com a validação do diploma dos profissionais vindos de fora.
“É preciso haver uma avaliação minuciosa para que a gente não jogue o problema ou não esconda o problema. Tem que trazer uma solução simples para um problema que é bastante complexo. Então, é um pressuposto básico que não haja enganações nesse procedimento. Para a gente não fingir que há um atendimento quando, na verdade, há uma tentativa de dar uma satisfação política e permanecer com o problema: a falta de assistência. O rigor tem que ser extremo.”
O cronograma para o envio de novos profissionais ainda não está definido. A estimativa é de que 4 mil médicos cubanos deixem o Brasil até julho, pois eles já concluíram três anos de permanência no país e, devem ser substituídos por outros profissionais. Até o momento, a única definição é a de enviar os profissionais cubanos de férias ou que já haviam renovado o contrato por mais três anos.