Após 13 meses em vigor do sistema de bandeiras tarifárias, que indica se a energia custa mais ou menos e quando é necessário ligar termelétricas, o consumidor ainda está longe de obter um alívio nas contas de luz. Desde janeiro do ano passado, o brasileiro arca com a bandeira vermelha, a mais cara, atualmente em R$ 4,50 por mês a cada 100 kWh consumidos. De acordo com matéria do jornal O Globo desta terça-feira (26), mesmo com chuvas e o aumento do nível dos reservatórios nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a bandeira vermelha deve vigorar até abril.
“Eu acho criminoso. No Brasil estamos pagando um preço muito alto por este desgoverno que está aí. Desde o tempo do ex-presidente Lula para cá, o Brasil está se ‘arrebentando’ a cada dia. Uma das maiores explorações que existe neste país é o problema de energia elétrica, um consume deficiente, o preço pior possível. O povo é penalizado estupidamente e não tem a quem recorrer, porque, na minha opinião, o país não tem governo”, criticou o deputado federal João Castelo (PSDB-MA), membro da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
O governo anunciou, nesta segunda, a criação de um novo patamar para as bandeiras tarifárias que será aplicado a partir de 1° de fevereiro, mas a vermelha segue em vigor. O alívio será apenas de cerca de 3% nas contas dos consumidores com a mudança anunciada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Segundo analistas ouvidos pelo jornal, apesar do volume maior de chuvas neste início do ano, o país só terá chance de adotar a bandeira verde (na qual não há cobrança extra) a partir de abril, quando se encerra o período de chuvas e será possível avaliar com mais segurança o nível dos reservatórios.
A Aneel criou mais patamares de bandeiras tarifárias do que as três existentes (verde, amarela e vermelha), com dois níveis de bandeira vermelha, numa espécie de subfaixas. Em fevereiro, será adotado o patamar 1 da bandeira vermelha, o que significaria cobrança de R$ 3 a cada 100 KWh consumidos – longe ainda da extinção da cobrança extra. “O governo está fazendo o que fez ao longo desses anos: iludindo e mentindo para a população. O povo está sendo extorquido, a situação é muito grave e não voto a favor de uma medida dessa na Câmara de jeito nenhum”, avalia o tucano sobre a proposta do governo Dilma.
Reservatórios
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o volume nos reservatórios da região Sul subiu de 64,8% para 94% na comparação entre os dias 24 de janeiro de 2015 e o mesmo período deste ano. No Sudeste e no Centro-Oeste também houve alta: passou de 17,2% para 41,4%. No entanto, o percentual caiu de 35% para 22,7% no Norte do país. Assim como no Nordeste, região que apresenta o nível mais baixo, o percentual passou de 17% para 12% – também por consequência do El Niño.