Brasília (DF) – Em depoimento durante negociação com o Ministério Público Federal (MPF) para fechar acordo de delação premiada, a mulher do marqueteiro do PT João Santana, Mônica Moura, afirmou que a JBS fez doações em caixa 2 à campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff. O pagamento não está declarado na Justiça Eleitoral.
De acordo com o jornal O Globo deste sábado (7), a empresa teria pago a dívida do partido diretamente com a gráfica Focal Confecção e Comunicação Visual, de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A JBS doou, legalmente, R$ 361,8 milhões nas eleições de 2014.
Segundo Mônica, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto exigia que os serviços gráficos de campanha fossem concentrados nas empresas do empresário Carlos Cortegoso, proprietário da JBS, pois ele aceitava receber os pagamentos depois das campanhas.
A reportagem apurou ainda que a Focal emitia notas fiscais de serviços para a JBS, mas nunca imprimiu peça ou fez serviços para a empresa, maior processadora de proteína animal do mundo, que tem o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal como sócios, com 27% do capital.
As notas emitidas para os pagamentos foram entregues pessoalmente na sede da JBS, em São Paulo, por funcionários de Cortegoso.
Os pagamentos em caixa 2 da JBS à campanha de Dilma já haviam sido citados por Mônica em um dos anexos produzidos por sua defesa e levados aos procuradores para tentar acordo. O MPF tem resistido a aceitar, por considerar que a colaboração teria mais informações para relatar do que o apresentado.