
Escolhido pela presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira (14) para o Ministério da Justiça, o subprocurador-geral da República Eugênio de Aragão tem em seu histórico uma série de medidas favoráveis ao governo. Entre as ações benéficas ao governo Dilma tomadas pelo subprocurador-geral estão a refutação, em dezembro de 2014, de documentos que apontavam irregularidades nas contas da campanha de Dilma, como revela reportagem do jornal O Globo publicada nesta terça-feira (15).
Aragão também recomendou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na época, a aprovação com ressalvas das contas da petista, o que acabou sendo acatado pelo corte.
Para o deputado federal Nelson Marchezan (PSDB-RS), a escolha feita por Dilma representa uma “ruptura definitiva e agressivas com as ruas”. O tucano criticou com veemência a nomeação de Aragão para a pasta.
“Colocando no ministério alguém que tem esse viés ideológico e político-partidário, a presidente Dilma demonstra que o único objetivo do ministério agora não será fazer justiça, será fazer o que ela precisar que seja feito na obstrução das investigações e na tentativa do exercício da influência nos órgãos de julgamento, fiscalização e controle, como STF, STJ, Ministério Público e Polícia Federal”, analisou o parlamentar.
Em 2014, o novo ministro também entrou com um recurso no mesmo TSE para tentar tirar o ministro Gilmar Mendes, conhecido por suas críticas à Dilma, da relatoria das contas da campanha da presidente. Marchezan disse que as atitudes do sub-procurador levantam suspeitas sobre a sua indicação.
“Ao nomear uma pessoa que tem lado, que na verdade é advogado do PT na prática diária de sua função, ela rompe realmente com a sociedade e parte de forma transparente para o projeto único de proteção de corruptos, de proteção de desvios de recursos públicos, de tentativa de abafamento dos seus atos criminosos e dos atos criminosos desse governo”, destacou o deputado.