O número de brasileiros inadimplentes caiu levemente no mês de abril, porém ainda segue em patamar elevado em razão da crise econômica instalada no país pelo governo Dilma Rousseff (PT). Na comparação com igual período em 2016, a queda foi de 1,6%. Frente ao mês anterior, de março, o recuo foi de 0,35%. Mas a quantidade de devedores alcança quase 40% da população adulta do país, com idade entre 18 e 95 anos. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Para mudar essa realidade, a economista e deputada federal Yeda Crusius (PSDB-RS) considera imprescindível a queda na taxa de juros, que desde o governo Dilma Rousseff tem pressionado ainda mais as dívidas dos brasileiros.
“Ou os devedores não prestaram atenção na taxa de juros ou não avaliaram o que significa ficar devendo uma taxa de 14% como ela era no passado recente. E ela tem que cair muito mais. Para isso, a Selic tem que ser igual à inflação, que está em 4% ao ano. Mas a taxa de juros ainda está extremamente elevada, e ela não consegue baixar se não for por um conjunto de políticas que o governo está fazendo e ainda tem que fazer”, afirmou.
As entidades calculam que, até o final de abril, um total de 59 milhões de pessoas físicas no Brasil estavam com as contas em atraso. O levantamento mostra ainda que os bancos concentraram, em abril, a maior parte das dívidas do país, com 48% do total, e foram seguidos pelo comércio, com 20%, e o setor de comunicação, com pouco mais de 13%. Yeda ressalta que os esforços para conter o avanço da inadimplência devem ir além das negociações entre credores e devedores.
Entre as regiões brasileiras, a Sudeste é a que mais concentra, em termos absolutos, o maior número de inadimplentes, com quase 25 milhões de consumidores endividados. Na sequência, aparecem os estados do Nordeste e Sul do país.