Atravessei muitas tempestades nesses últimos anos nos mares da política municipal. Primeiro mandato, durante três anos e meio como único vereador do partido do prefeito ou como líder de seu governo na Câmara, aprendi muito sobre a boa e a má política.
Mas nada se compara ao que vejo atualmente nesse tempo incomum de pandemia. O populismo e a politicagem não têm limites e buscam numa pandemia, caminhos eleitoreiros. Um caminho lamentável para qualquer partido ou liderança.
No Brasil o radicalismo polarizado empurrou a maioria para uma arena onde parece impensável o bom senso e a ponderação. Parece que para buscar votos o vale tudo precisa de ataques a qualquer custo. Está estabelecido agora o Populismo Pandêmico.
Se o adversário, defender flexibilização devo chamá-lo de relapso e o acusar de fraco, influenciável, incompetente ou de bolsonarista? Se defender restrição devo acusa-lo de exterminador do futuro, inimigo dos empreendedores ou de esquerdista? Tudo na busca de adesão, de protagonismo? De votos? Num momento como esses não seria ético buscarmos todos nós o velho e antigo “bom senso”?
Vejo diariamente o prefeito da capital Nelson Marchezan e o Governador Eduardo Leite com o mesmo foco de outros gestores (de vários partidos diferentes) em diversas cidades gaúchas salvando vidas, evitando colapso e amenizando ao máximo impactos que ninguém no mundo têm poder de evitar. Ouvindo grandes equipes de especialistas em saúde pública e resistindo a pressões gigantescas. Vejo esses governantes e suas equipes com tanta resiliência, ignorarem verdadeiras chantagens eleitorais de todos os setores dessa nossa sociedade.
Lamento profundamente que poucos tenham empatia suficiente para reconhecer o obvio: Nenhum gestor público do mundo deseja não ter riqueza circulando, é dela que vêm os recursos que eles tanto precisam para administrar. Nossa política continua insistindo em não amadurecer e agora o populismo têm nova roupagem; O populismo pandêmico.
MOISÉS BARBOZA, vereador de Porto Alegre