Em razão das mortes que aconteceram nas manifestações contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, nas últimas três semanas, a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que o governo do país garanta “investigações transparentes” dessas ocorrências. Segundo balanço divulgado pela agência de notícias Efe, o número de mortos em protestos na Venezuela subiu para 26. Já a ONG Fórum Penal Venezuelano contabilizou mais de 100 feridos e 800 presos desde o início do clima de tensão no país. O deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, lamenta que a situação na Venezuela tenha chegado a tal ponto, mas destaca a coragem do povo venezuelano em combater a tentativa de derrubada da democracia no país.
A ONU pede ainda que “as forças atuem e operem respeitando suas obrigações”, sem o uso de violência. Mas a repressão aos opositores que ocupam as ruas tem sido dura. Os manifestantes exigem que sejam repostas todas as funções da Assembleia Nacional, que sejam convocadas eleições gerais, que os presos políticos sejam liberados e que se abra um canal humanitário para reduzir a escassez de medicamentos e alimentos no país. Bonifácio de Andrada acredita que países vizinhos e com princípios democráticos podem ajudar a pressionar o governo de Maduro a respeitar os direitos humanos e garantir os preceitos democráticos fundamentais.
“Todos os países que têm formação democrática devem se valer dos meios que as organizações internacionais possuem para pressionar o governo Maduro e obriga-lo a se submeter a princípios democráticos internacionais, em favor do povo venezuelano”, disse o tucano.
As manifestações na Venezuela avançaram por dezenas de cidades e têm enfrentado a repressão da Guarda Nacional Bolivariana e de grupos armados que defendem o governo de Maduro.