
Brasília (DF) – A Polícia Federal deflagrou ontem (1º) mais uma etapa da Operação Acrônimo, que investiga o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. Foram apreendidos equipamentos eletrônicos, como tablets, notebooks e telefones celulares na casa do ex-ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior e atual presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). As informações são do jornal O Globo desta sexta-feira (2).
De acordo com a reportagem, Borges foi convocado para prestar esclarecimentos sobre sua atuação no período em que foi ministro, entre fevereiro e novembro de 2014. Borges sucedeu Pimentel na pasta para que o petista pudesse lançar candidatura ao governo de Minas. A suspeita é de que Borges tenha mantido em funcionamento o suposto esquema irregular existente na pasta durante a gestão de Pimentel.
O ex-ministro foi levado para prestar depoimento na Superintendência da PF em Belo Horizonte, mas ficou em silêncio. A Cemig negou haver relação da ação da PF com a empresa.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas sedes do Grupo Casino, do frigorífico Marfrig, Odebrecht Ambiental, OAS, GOL, montadora Caoa e CBF. As empresas são investigadas por suspeitas de serem beneficiárias direta ou indiretamente de operações do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) ou de isenções fiscais concedidas na época em que Pimentel era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
Primeira-dama
Além de Pimentel e Borges, a mulher do governador mineiro, Carolina de Oliveira, também é investigada. De acordo com as apurações, empresas investigadas mantiveram contratos com empresas de marketing que teriam repassado recursos a Oil Comunicação e Imagem, empresa de Carolina, ou a contrataram diretamente. A suspeita da PF é de que Carolina não prestava os serviços contratados e Pimentel era o beneficiário final desses recursos.
A reportagem relata que, na primeira fase da Acrônimo, em maio, a PF recolheu planilhas na casa de Carolina com balanços de recebimentos de pagamentos do grupo Casino (R$ 362,8 mil, em quatro meses de 2012) e Marfrig (R$ 595 mil, entre 2011 e 2012).
A operação foi realizada sem divulgação por determinação do relator do processo que investiga o petista, o juiz do Superior Tribunal da Justiça (STJ) Heman Benjamin.